Diario Urbano O que você faria em 94 horas? Esse é o tempo médio que o recifense gasta por ano na volta pra casa Aproveitando o espírito desta época, poderíamos curtir um feriadão do tamanho da Semana Santa, contabilizando da quinta-feira ao domingo

Por: Jailson da Paz

Publicado em: 01/04/2015 08:23 Atualizado em: 01/04/2015 08:31

Engarrafamento na avenida Agamenon Magalhães.Foto:  Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Engarrafamento na avenida Agamenon Magalhães.Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press
Dos ladrões de tempo, o trânsito sem dúvida figura entre os mais cruéis. Ele arranca horas preciosas nos engarrafamentos. E dá em troca estresse e poluição. Nessa matemática, a pesquisa do fabricante de GPS TomTom diz que ficamos no Recife com um prejuízo anual de 94 horas. Isso apenas no retorno do trabalho para casa. Pode-se encarar o número sob dois aspectos.
Considerando-se o total de horas do ano, 8.760 em 365 dias, as 94 seriam pouquíssimas. A correria dos grandes centros urbanos depõe contra essa concepção. As 94 horas são significativas sim. Se tiver dúvida, ocupe-se a cálculo rápido e verá que equivalem a quase quatro dias. E o que faríamos nesse tempo? Assistiríamos a pelo menos 31 filmes com duração de três horas e a 62 partidas de futebol. Faríamos 15 viagens aéreas de ida e volta a São Paulo. Aproveitando o espírito desta época, poderíamos curtir um feriadão do tamanho da Semana Santa, contabilizando, lógico, da quinta-feira ao domingo. Fico por aqui nas contas para mostrar o peso do trânsito vida de quem aqui mora na capital pernambucana ou vem apenas trabalhar. Se esse prejuízo fosse incluído na produção das riquezas das cidade ou impedisse a liberação de verbas, certamente o poder público apressaria o passo para revertê-lo. Por enquanto, olha-se como “poucas’ 94 horas.

Aumentou o desnível…

No cruzamento da Avenida Caxangá com a Rua Real da Torre, próximo ao túnel em construção da Madalena, o asfalto é velho, mas o desnível do pavimento vem de outras épocas. Camadas de piche foram colocados sem que se erguesse as tampas da rede de esgoto. Para se livrar das irregularidades, carros e motos fazem zigzag, tirando fino uns nos outros, ou despencam nos buracos.

… Nome de Santa

Gostei do nome sugerido para o túnel da Madalena: Dona Santa. Talvez a história da ex-rainha do Maracatu Nação Elefante, falecida aos 82 anos em 1962, dê a força necessária para se concluir as obras. O túnel deveria ter sido inaugurado em junho do ano passado. Era uma das promessas na área de mobilidade do governo do estado para a Copa do Mundo. Continua sendo promessa.

Serviço emperrado

Devem ter enterrado uma cabeça de burro no Cais de Santa Rita, pois os projetos de requalifição do lugar parecem miragens. As obras no trecho ao lado do terminal de ônibus andam a passos de tartaruga, ou melhor, não andam. Começaram há quase um ano e levará, pelo que se avista, um bom tempo para serem concluídas. Por enquanto, os tapumes imperam na paisagem.

Mãos à obra

Conhecida por sua orquestra, a Associação Beneficente Criança Cidadã pode se movimentar para a construção de uma sede própria. Terreno para isso já existe e foi doado, segundo o Diário Oficial do Recife, à entidade pelo município. A área de 5.067 metros quadrados fica no Cordeiro, tendo a associação cinco anos a partir da escritura assinada para levantar o prédio.

Risco na BR

Morador de Caruaru ligou ontem para a coluna para pedir ajuda: “Anote aí, meu filho. Do jeito que as coisas vão muita gente vai morrer na BR-232”. O motivo do desesperado foram os pedidos, sem retorno, ao DNIT para se colocar redutores de velocidade nas imediações do bairro Agamenon Magalhães. Estudantes de quatro escolas se arriscam diariamente na travessia da estrada.

MAIS NOTÍCIAS DO CANAL