Crime Mobilização nacional lembra vítimas de chacina em Poção, no Agreste Em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, a categoria denuncia que precisa fazer o papel de oficial de justiça. No Recife, ato acontece na UFRPE

Por: Raphael Guerra - Diario de Pernambuco

Publicado em: 12/02/2015 15:18 Atualizado em: 12/02/2015 17:35

Consellheiros tutelares de Brasília fazem protesto em frente ao Congresso Nacional pedindo mais segurança (Cortesia)
Consellheiros tutelares de Brasília fazem protesto em frente ao Congresso Nacional pedindo mais segurança
Representantes de conselhos tutelares de várias capitais do país realizam ato, na tarde desta quinta-feira (12), em homenagem aos três conselheiros que foram executados a tiros durante chacina no município de Poção, no Agreste pernambucano. Na Praça dos Três Poderes, em frente ao Congresso Nacional, em Brasília, a categoria, vestida com camisas pretas e faixas de luto, denuncia que muitas vezes precisa fazer o papel de oficial de justiça - o que acaba pondo em risco a profissão. No Recife, ato ecumênico acontece na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).

Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, manifestantes lembraram as vítimas da chacina (Cortesia)
Na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, manifestantes lembraram as vítimas da chacina
Representantes de conselhos tutelares de Pernambuco pedem que as investigações sobre a chacina em Poção sejam investigadas pela Polícia Federal. Pediram ainda que a Assembleia Legislativa vote projeto paar que familiares das vítimas recebam pensão especial.

Um grupo de 70 conselheiros tutelares de Brasília entraram na Câmara de Deputados. Em pronunciamento, a deputada Erika Kokay (PT/DF) disse que "hoje é um dia de luta. Um repúdio à morte de três conselheiros que foram assassinados de forma brutal no cumprimento de sua missão".

O crime aconteceu na estrada de acesso ao Sítio Cafundó. As vítimas, Daniel Farias, Carmen Lúcia Silva e Lindenberg Nóbrega, e avó materna da criança, Ana Rita Venâncio, estavam no carro quando foram mortas a tiros. O grupo voltava de Arcoverde, no Sertão, onde pegaram a menina, que vivia com o pai e avó paterna. Nos fins de semana,  quinzenalmente, a menina ficava com os avós por parte da mãe. Segundo a PM, logo após a chacina, nem o pai nem a avó foram mais encontrados.

Investigações

A força-tarefa que investiga o crime continua as buscas pelos suspeitos. Quatro promotores de Justiça acompanham o caso. Segundo as investigações, a disputa familiar pela guarda de uma criança de dois anos teria motivado a emboscada.

Vítimas foram assassinadas a tiros dentro do carro do Conselho Tutelar de Poção (WhatsApp/Diario)
Vítimas foram assassinadas a tiros dentro do carro do Conselho Tutelar de Poção
Depoimentos apontam que ameaças da avó paterna, que é oficial de Justiça, e do pai da criança aos avôs maternos eram constantes. A suspeita de que a avó materna seja a mandante de crime ganhou mais força porque ela também responde a processo criminal por supostamente envenenar e matar a ex-nora e mãe da menina, Jucy Venâncio, 23, em 2013.

Em setembro de 2014, uma briga entre a oficial de Justiça e o avô materno da criança gerou um boletim de ocorrência. Agressões foram registradas dentro de uma unidade de saúde particular.

Com informações de Rebeca Silva



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