Pernambuco.com
Pernambuco.com
Notícia de Turismo
Interior 24h para conhecer o melhor de Bezerros O Pernambuco.com sugere roteiro por um dos mais importantes municípios do Agreste. Famosa por papangus e xilogravuras, saiba o que fazer em sua visita à cidade

Por: Guilherme Carréra

Publicado em: 12/03/2015 15:26 Atualizado em: 13/03/2015 09:29

Seguindo pela BR-232, quando o turista avistar a Bolaria Norte Bolos (F.: (81) 3728-3238), é sinal de que acaba de chegar ao município de Bezerros, no Agreste de Pernambuco. Depois de rodar cerca de 100 km, considerando o Recife como ponto de partida, nada mais justo que uma parada para recarregar as energias. Fundada em 1997, a Norte Bolos não é só uma lanchonete. Antes de tudo, é uma fábrica. Produz bolos, bolachas, pães. Ao cliente, se destinam também os serviços de padaria, confeitaria e conveniência. Se estiver com tempo, sente em uma das 28 mesas disponíveis para provar o carro-chefe da casa. O bolo de barra branca com calda de mel de engenho é o que mais sai. Um quilo custa R$ 20. Feito à base de mandioca, viaja para outros estados do Nordeste, além de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. "Faz sucesso aonde chega", garante Tairine França, funcionária da casa. É o melhor bom-dia possível.

Bolo de barra branca com calda de mel de engenho da Norte Bolos. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press
Bolo de barra branca com calda de mel de engenho da Norte Bolos. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press

Antes de migrar para o centro de Bezerros, o km 107 das margens da BR-232 oferece outra parada obrigatória. O Centro de Artesanato de Pernambuco (F.: (81) 3728-6650) pode até chamar atenção no Recife, mas é a sede de Bezerros a pioneira. Há 11 anos, mais de 600 peças de artesanato estão em exposição para visitantes. Gente do mundo todo costuma dar o ar da graça. Estados Unidos, Canadá, Portugal, Alemanha e França são alguns dos países frequentadores. "Normalmente, os estrangeiros vêm acompanhados de amigos brasileiros", explica Ana Suely dos Santos, monitora. No local, essas e outras nacionalidades têm acesso ao que é produzido em 26 municípios pernambucanos. "Temos o melhor do melhor". Das carrancas de Petrolina ao barro de Caruaru, passando pela renascença de Poção e a tapeçaria de Lagoa do Carro. Os leões de Nuca de Tracunhaém também marcam presença. O Cape funciona de terça-feira a sábado, das 9h às 18h, e domingo, das 9h às 13h. A entrada custa R$ 2.

Em Pernambuco, Serra Negra é destino para quem curte de descanso a aventura

Centro de Artesanato de Pernambuco expõe mais de 600 peças ao visitante. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press
Centro de Artesanato de Pernambuco expõe mais de 600 peças ao visitante. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press

Perto dali, as xilogravuras de J. Borges são as protagonistas. Localizado no número 68 do Loteamento São Rafael, o Memorial J. Borges (F.: (81) 3728-0364) é um espaço que reúne a produção de um dos maiores artistas do estado. Patrimônio Vivo de Pernambuco, José Francisco Borges dedicou boa parte de seus 79 anos à literatura de cordel. Ainda em atividade, frequenta a oficina diariamente. Põe a mão na massa e acompanha o trabalho de seus discípulos. Na loja, o turista pode adquirir de ímãs, bloquinhos e folhetos de cordel (R$ 2, cada) até madeiras talhadas, chamadas matrizes, algumas por R$ 2 mil. Inspirada no imaginário popular nordestino, a obra de J. Borges já rodou o mundo. Mas como casa de ferreiro tem espeto de pau, carece de mais atenção em Bezerros. O Memorial recebe público desde 2002, sendo gerido com recursos próprios. Aberto de segunda a sexta-feira, das 7h às 11h e das 13h às 17h. Aos sábados, só no turno da manhã.

Natural de Bezerros, J. Borges é Patrimônio Vivo de Pernambuco. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press
Natural de Bezerros, J. Borges é Patrimônio Vivo de Pernambuco. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press

A essa altura do passeio, o ponteiro já marca meio-dia. O Brisa da Serra (F.: (81) 3728-1232) é o restaurante do hotel homônimo, instalado na Avenida Major Aprígio da Fonseca, número 585. Além dos hóspedes, o público passante é bem-vindo às refeições. Em sistema à la carte, o café da manhã é servido das 6h30 às 10h. A partir das 11h, fica aberto para almoço e jantar. Fecha às 22h. A capacidade da casa é de 100 pessoas. O destaque do cardápio fica com a Charque do Rei do Baião. O prato vem à mesa com a carne desfiada, cubos de queijo coalho, acompanhada por creme de queijo e macaxeira cozida. Por R$ 48,90, serve bem duas pessoas. Os interessados em esticar a visita a Bezerros têm 25 quartos à disposição. Em quarto duplo, as diárias no Brisa da Serra começam em R$ 90, em dias úteis, e R$ 120, nos finais de semana.

Charque do Rei do Baião é um dos destaques do cardápio do Brisa da Serra. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press
Charque do Rei do Baião é um dos destaques do cardápio do Brisa da Serra. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press

No turno da tarde, se dirija ao centro da cidade. Além de J. Borges, Bezerros tem em Lula Vassoureiro um segundo Patrimônio Vivo de Pernambuco. Nascido Amaro Arnaldo do Nascimento, o artista é o principal nome por trás das máscaras de papangu que colorem o carnaval. Vassoureiro tem mais de 50 anos de estrada. Aprendeu vendo o pai trabalhar. E resolveu dar continuidade. Estando em Bezerros, vale a pena agendar uma visita à Casa de Cultura Popular (F.: (81) 9102-0665) que leva seu nome. Em exposição, máscaras de tamanhos variados. Algumas delas, inclusive, à venda na loja. "Faço a menor máscara de papangu do mundo. É um brinco deste tamanhinho", garante. Há, ainda, um salão reservado para oficinas, geralmente voltadas ao público infantil. O papangu cumpre um papel tão importante à cultura bezerrense que ganhou até um espaço próprio.

Lula Vassoureiro produz máscaras de papangus de tamanhos variados. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press
Lula Vassoureiro produz máscaras de papangus de tamanhos variados. Foto: Blenda Souto Maior/DP/DA Press

Para fechar o dia, rume para a Antiga Estação Ferroviária, onde o Espaço Papangu (F.: (81) 3728-6746) tem endereço. Aberto de segunda a sexta-feira, das 7h às 17h, e nos fins de semana e feriados, das 10h às 16h, o local é responsável por apresentar um pouco da história dessa manifestação cultural. Além de fantasias premiadas, telas de artistas plásticos com motivos carnavalescos e fotografias que documentam antigos carnavais, o visitante aprende a como confeccionar uma máscara de papangu, produzida com pedaços de jornal. Em tempo: Robeval Lima, curador e artista plástico, explica a origem do termo. "Papangu vem de papar angu, uma receita dos tempos da escravidão que atravessou o século". Em uma das seções, um painel, por sua vez, disponibiliza a receita do verdadeiro angu. Na sala ao lado, o Museu da Cidade vem passando por uma reforma. "Estamos organizando o acervo que temos pra melhor apresentá-lo ao público". O espaço reúne objetos e mobiliário de moradores de Bezerros, de vestidos de noiva do início do século XX até a primeira televisão a aportar na cidade. Uma viagem no tempo.



Consulado da RPCh no Recife tem nova cônsul-geral
Mergulho no Brasil é uma possibilidade para os turistas chineses
Cenas da China aparecem em meio ao barroco brasileiro e intrigam pesquisadores
Ao vivo no Marco Zero 09/02 - Carnaval do Recife 2024
Grupo Diario de Pernambuco