investigação

Flavio Bolsonaro empregou mãe e esposa de alvo em operação contra milícias

Publicado em: 22/01/2019 12:39 | Atualizado em: 22/01/2019 12:48

Foto: Mauro Pimentel/AFP (Foto: Mauro Pimentel/AFP)
Foto: Mauro Pimentel/AFP (Foto: Mauro Pimentel/AFP)
O gabinete do deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro empregou a mãe de um dos denunciados na operação contra milicianos, deflagrada nesta terça-feira (22). Raimunda Veras Magalhães, mãe do ex-capitão Adriano Magalhães da Nóbrega, ainda procurado pela polícia, aparece em relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) como uma das remetentes de depósitos suspeitos do ex-motorista de Flávio, Fabrício Queiroz.

Segundo a Coaf, Raimunda depositou R$ 4,6 mil na conta de Queiroz. Na folha de pagamento da Alerj, ela recebia o salário de R$ 5.142,63 e aparece como funcionaria desde 2 de março de 2015, quando foi nomeada assessora da liderança do PP, partido do qual Flávio era filiado.

Assim que o deputado deixou a sigla e migrou para o PSC, Raimunda deixou a Alerj em 31 de março de 2016. Logo depois, em 29 de junho do mesmo ano, foi lotada no gabinete do deputado estadual e senador eleito. Foi exonerada em 13 de novembro do ano passado.

Além dela, a esposa de Adriano, Danielle Mendonça da Costa da Nóbrega, também foi lotada no gabinete de Flávio na Alerj, com o mesmo salário da sogra. Listada na folha de ponto desde novembro de 2010, foi exonerada junto com a sogra.

Em nota, o senador eleito afirmou ser “vítima de uma campanha difamatória” com o objetivo de atingir o governo do pai, Jair Bolsonaro, e ressaltou que Raimunda Magalhães foi indicação de Fabrício Queiroz e que ele não pode ser “responsabilizado por fatos até então desconhecidos por ele”.
 
Operação Intocáveis
 
Adriano é um dos alvos da Operação Intocáveis, que prendeu, nesta terça-feira (22/1), suspeitos de participarem do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) no ano passado. Um outro preso na operação é o major da Polícia Militar do Rio de Janeiro Ronald Paulo Alves Pereira, que também tem relação com Flávio e foi homenageado pelo senador eleito, em 2004, quando este era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Veja a nota do senador na íntegra:

"Continuo a ser vítima de uma campanha difamatória com objetivo de atingir o governo de Jair Bolsonaro.
A funcionária que aparece no relatório do Coaf foi contratada por indicação do ex-assessor Fabrício Queiroz, que era quem supervisionava seu trabalho. Não posso ser responsabilizado por atos que desconheço, só agora revelados com informações desse órgão. Tenho sido enfático para que tudo seja apurado e os responsáveis sejam julgados na forma da lei”.
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