Sylvana Lellis promete Draco sem perseguições políticas a adversários

Delegada que chefiará o departamento disse que fatos e não pessoas estarão no foco das investigações

Publicado em: 10/12/2018 21:17 | Atualizado em: 11/12/2018 14:17

Foto: Paulo Paiva/Diario de Pernambuco

A Secretaria de Defesa Social do estado inaugurou, na tarde desta segunda-feira  (10), a sede do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Draco). O departamento será comandado pela delegada Sylvana Lellis, que tem a experiência de ter estruturado o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa. Indagada como a instituição vai se proteger para não virar uma nova República de Curitiba, com perseguição de adversários políticos, Sylvana afirmou que o Draco vai priorizar os fatos, nunca as pessoas ou seus partidos políticos. Ela foi indagada sobre o fato ao ser questionada sobre o juiz Sérgio Moro, que prendeu Luiz Inácio Lula da Silva e se tornou ministro do presidente eleito, Jair Bolsonaro, decisão criticada em vários países e jornais do mundo.

"A gente  se preocupa com a questão da seletividade. Me preocupa quando a polícia é utilizada como uma ferramenta para acabar com reputações. O melhor mecanismo para se proteger disso é ter um corpo extremamente técnico e buscar fechar tudo, fechar com provas que deêm a clareza tamanha que vocês não possam
suscitar dúvidas".

Um outro fator que chamou a atenção foi o número de mulheres que vai integrar esse novo setor – seis delegadas, contando com a própria Sylvana. Ela ainda explicou que todos os departamentos de polícia, antes do Draco, foram criados em regime de urgência, de forma que não seria assertivo desconfiar dessa nova estrutura por ter sido criada em regime de urgência, aprovada pelos deputados estaduais e sancionada pelo governador Paulo Câmara.

Sylvana participou de uma coletiva hoje à tarde na qual apresentou todos que vão trabalhar ao seu lado. As duas delegacias que ela chamou de “anti-corrupção” serão chefiadas por Viviane Santa Cruz e Diego Pinheiro, respectivamente titulares da Região Metropolitana e Interior do estado, mas sem um modelo engessado. Ambos podem trabalhar juntos e colaborar em inquéritos. As outras delegacias do departamento também podem complementar. No caso de ontem,  por exemplo, um ex-policial também foi investigado. Quem ficará responsável por apurar crimes de corrupção na polícia é Grupo de Operações Especiais (GOE).

Além do GOE, comandado por Paulo Berenguer, e de duas delegacias anti-corrupção, o Draco terá a delegacia de Crimes Cibernéticos e de Crimes contra a Ordem Tributária. Os titulares são, simultaneamente, Eronides Meneses e Priscila Von Sohsten.  

O secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, acredita que, com a inauguração do novo departamento, a polêmica sobre a extinção da Descap é encerrada. O novo departamento funciona na Avenida Liberdade, no bairro de Tejipió, Zona Oeste do Recife, onde funcionava a antiga Delegacia de Roubos e Furtos.

Segundo Jolito Kehrler,  o chefe da Polícia Civil, “O Draco faz parte de um projeto muito maior, com a inauguração de duas delegacias contra a corrupção em 2018, duas no interior para o ano de 2019, mais duas em 2020 e outras duas em 2021, totalizando oito delegacias”.

De acordo com Joselito Amaral, chefe da Polícia Civil, o novo departamento “nasce forte, com duas operações deflagradas em um mês de funcionamento, mais de R$ 90 milhões serão ‘repatriados’ ao estado com estas investigações”.

Mais informações podem ser obtidas na edição impressa do Diario de Pernambuco nest terça-feira(11)


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