Procurado

Polícia Federal considera Batisti foragido

Investigação está em andamento para localizar o ex-ativista; nesta quinta-feira (13), o ministro Luiz Fux, do Supremo, ordenou a prisão do italiano

Por: AE

Publicado em: 14/12/2018 13:00

A Polícia Federal está procurando o ex-ativista Cesare Battisti, condenado na Itália por quatro assassinatos nos anos 1970, e com ordem de prisão cautelar determinada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal. O italiano está em ‘local incerto e não sabido’ e é considerado foragido. Há uma investigação em andamento para localizar Battisti.

O futuro ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, comentou, nesta sexta-feira (14), que a decisão de prender o ex-ativista italiano Cesare Battisti não é um caso político. A determinação, tomada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux, é um passo para a extradição do italiano.
Na decisão, Fux expediu o mandado de prisão para ser cumprido pela Interpol, no Brasil representada pela Polícia Federal. Também citou pedido da Interpol para prender Battisti pelos crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro.

"É o cumprimento de uma decisão policial. Isso aí a extradição é uma decisão pessoal. A minha opinião particular é de que a Justiça tendo decidido, não vejo caso político aí. Vejo o caso de um criminoso que foi julgado e foi considerado criminoso, foi responsável pelos crimes e tem que responder na Justiça. Só isso. Não vejo decisão política. Vejo decisão policial, uma decisão de Justiça, de recolher aquele que foi condenado", afirmou o general Santos Cruz.

Para o futuro ministro, é preciso respeitar a justiça italiana. "Eu acho o seguinte: o cidadão é italiano, cometeu crime na Itália, e a Itália é um país que reconhecidamente tem uma Justiça que funciona, condenou, e depois teve todo aquele desdobramento político aqui, houve aquela decisão do STF deixando para uma decisão presidencial. Agora a Justiça se pronunciou de novo e nós temos que seguir a Justiça", declarou.

Cesare Battisti foi condenado na Itália por quatro assassinatos nos anos 1970 e está asilado no Brasil desde 2010. Em 2010, o STF julgou procedente o pedido de extradição feito pela Itália três anos antes, mas deixou a palavra final para o presidente da República. À época, o petista Luiz Inácio Lula da Silva negou, no último dia de mandato, entregar Battisti.

No ano passado, a Itália pediu que o governo Michel Temer revisasse a decisão de Lula. A defesa do italiano solicitou, então, ao STF um habeas corpus preventivo. À época, Fux concedeu liminar (decisão provisória), que ele mesmo revogou agora.

O advogado do italiano, Igor Tamasauskas, não tinha recebido a decisão até as 22h desta quinta, 13. Ele disse que vai recorrer assim que tiver acesso ao teor do documento e evitou comentar a decisão antes de ter mais informações. Amigos de Battisti acreditavam que o STF deveria julgar a reclamação sobre a extradição de Battisti antes de tomar qualquer medida em relação ao italiano. Amigos dizem que ele está tranquilo, em Cananeia, onde possui uma casa. Battisti, no entanto, esteve em São Paulo em novembro, logo depois da eleição de Bolsonaro, preocupado com seu futuro no governo do presidente eleito.

fonte: Estadão Conteudo
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