Eleições

'Estive com Lula até a última hora', disse Armando Monteiro

Segundo o senador, não haverá 'constrangimento' em homenagear o ex-presidente e reconhecer o papel que ele teve para o estado

Publicado em: 12/06/2018 06:00 | Atualizado em: 12/06/2018 08:01

Armando Monteiro frisou que sempre vai homenagear o ex-presidente Lula. Leo Caldas/Divulgação

Formar um palanque descolado do cenário político nacional será o maior desafio do grupo de oposição encabeçado pelo senador Armando Monteiro Neto (PTB). A pré-candidatura do petebista foi lançada, ontem, mas as lideranças que estiveram ao seu lado evitaram críticas ao PT e ao ex-presidente Lula, principal eleitor do Nordeste e do estado, e omitiram vínculos com o presidente Michel Temer (MDB), que não teve o nome citado nos discursos.
Indagado se seria constrangedor defender Lula numa campanha na qual o deputado federal Mendonça Filho (DEM) é seu principal pré-candidato ao Senado, Armando Monteiro afirmou que não. Ele ressaltou que seu alvo será debater o estado, mas o parlamentar lembrou ter ficado ao lado de Lula, da mesma forma que ficou ao lado de Dilma Rousseff e votou contra o seu impeachment. Armando falou sobre o assunto ao lado de Mendonça Filho, numa coletiva. “Isso não cria nenhum constrangimento. O que nos une aqui é Pernambuco. Eu estive com o presidente Lula e com a presidente Dilma até a última hora”, disse Armando.

Segundo o senador, o que existe em comum entre a candidatura dele e a de Mendonça é a lealdade e a disposição de debater os problemas de Pernambuco. “É importante que a gente olhe para a frente”, declarou Armando, invés de ficar discutindo rótulos. Armando ressaltou que Paulo Câmara, por exemplo, prometeu a Lula, pessoalmente, que votaria contra o impeachment, mas “seus asseclas” votaram a favor. “Eu não ajudei a constituir o governo dele (de Michel Temer). Agora, Paulo Câmara, ajudou a constituir o governo Temer. O povo vai entender que sempre homenageei e sempre homenagearei o presidente Lula”, disse ele, em entrevista.

Armando frisou não se sentir apressado para apresentar os outros nomes da chapa majoritária – o vice-governador e mais um candidato ao Senado. Sua pré-candidatura, ontem, recebeu o apoio oficial  do PTB, DEM, PSDB, PRB, PV, PPS e Podemos. O petebista ainda quer trazer para a sua chapa o PSC e parte do PR, mas o PSC ainda está em cima do muro. “Temos todo respeito pela comunidade evangélica e, nesse sentido, nosso projeto sempre esteve aberto. Temos companheiros aqui do PRB que integram a comunidade evangélica e, evidentemente, o processo de construção da chapa vai ouvir as lideranças evangélicas”, disse Armando, num afago indireto ao clã dos Ferreira.

Lideranças do PP, comandado no estado pelo deputado federal Eduardo da Fonte, também foram ao evento. Estiveram por lá o deputado federal Marinaldo Rosendo (PP) e o vereador Romero Albuquerque (PP). A presença dos dois no pré-lançamento de Armando mostrou a disposição de Eduardo da Fonte em migrar de palanque, mas o parlamentar vem negando desde a semana passada.

Mendonça Filho, à esquerda, acusou o governador de levar Pernambuco a perder o protagonismo. Leo Caldas/Divulgação

No ato de pré-lançamento, a oposição ao governo estadual anunciou a primeira alteração em sua chapa:  mudou de nome, trocando o verbo da coligação. De “Pernambuco quer mudar', passou se chamar “Pernambuco vai mudar”. O novo visual foi lançado, ontem, e o alvo principal desse grupo será expor os calcanhares do PSB. “O governador está desagastado, desacreditado. Não há liderança à frente de Pernambuco, o horizonte é estreito se continuarmos nesse caminho”, criticou Mendonça Filho. O governador, por meio da assessoria, disse que não iria responder aos adversários.

Esta é a segunda vez que Armando concorre ao cargo e vai enfrentar o mesmo oponente: Paulo Câmara (PSB). Os dois já foram para o embate em 2014 e Armando liderava as pesquisas de intenções de votos até a morte do ex-governador Eduardo Campos (PSB), quando todo cenário teve uma reviravolta. Armando larga com uma vantagem considerada positiva pelo seu grupo, porque tem o apoio de cerca de 30 prefeitos e de quatro ex-governadores. A oposição normalmente inicia uma disputa sem receber o apoio dos chefes-executivos municipais.

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