Governo
Ministro defende vídeo de Cristiane Brasil e diz que jornalistas são "talebãs"
"Ela não estava roubando. Será que todas as pessoas que andam de lancha no litoral do Rio de Janeiro são amorais ou imorais", questionou
Por: Correio Braziliense
Publicado em: 30/01/2018 20:35
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O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Marun, fez comentários bastante ácidos aos críticos do vídeo que mostra a deputada federal Cristiane Brasil (PTB-RJ) - escolhida pelo presidente Michel Temer para assumir o Ministério do Trabalho - em uma lancha rodeada de quatro homens sem camisa, afirmando não dever nada. A posse de Cristiane foi suspensa devido a uma liminar concedida pela Justiça do Trabalho. Marun chamou os jornalistas de "talebãs", e afirmou que o que é mais importante não está sendo discutido.
O articulador político da presidência evitou comentar o conteúdo do vídeo e soltou o verbo contra os jornalistas, no mesmo estilo do Serjão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "Fazer um comentário de um vídeo de uma pessoa que aparece na praia dizendo algumas coisas...Não estava roubando. Será que todas as pessoas que andam de lancha no litoral do Rio de Janeiro são amorais ou imorais? É esse o pensamento? Você nunca andou de lancha? Nunca?", questionou Marun, em entrevista coletiva nesta terça-feira (30/01), convocada por ele para falar sobre Previdência, assuntos relacionados a Cristiane Brasil e Eunício Oliveira, além dereuniões do dia.
"Muita gente bate bumbo pela liberdade, mas na verdade são uns talebãs (sic) enrustidos. Queriam que ela tivesse de burca, eu acho, lá na praia. Na praia a gente anda assim. Eu não sei vocês. Vocês vão de quê? De quimono? De burca? Eu devo confessar a vocês que quando vou à praia vou de calção de banho", disse o ministro, fazendo ironia ao afirmar que os jornalistas, hoje em dia, "são baluartes da moral e dos costumes e da roupagem adequada."
O ministro evitou responder aos questionamentos sobre o vídeo ser condizente para a conduta de uma figura pública, e que poderá ser ministra do Trabalho. "O que deveria estar em discussão é o que é realmente grave neste momento. O que deveria estar em discussão é o fato de que um juiz de primeira instância está vilipendiando a constituição brasileira e que isso ainda não foi corrigido. Se ela vai à praia de maiô, de burca, de saída de banho, não é uma coisa que nos interessa e que eu me recuso a comentar. E, sinceramente, não faço parte desse grupo de patrulhamento comportamental tão rígido quanto os senhores e as senhoras fazem", respondeu Marun, interrompendo a entrevista de menos de 10 minutos e sem falar sobre todos os temas para os quais convocou os jornalistas.
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