Ministério de Minas e Energia usa tática de "terra arrasada" para privatizar Eletrobras, diz Tadeu Alencar

Segundo o deputado federal, Ministério de Minas e Energia enfatiza os argumentos negativos contra a Eletrobras para privatizá-la às pressas

Publicado em: 23/01/2018 06:00

Parlamentar diz que Bezerra Coelho vai poder testar discurso na campanha eleitoral. Foto: Julio Jacobina/DP


O deputado federal Tadeu Alencar (PSB) acredita que o presidente Michel Temer (MDB) e o ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (sem partido), estão adotando a política de “terra arrasada” para tentar privatizar, na urgência, a Eletrobras. A avaliação foi feita por Tadeu logo após o governo enviar ao Congresso Nacional o projeto de lei que permite a privatização da estatal, responsável pelo controle de empresas como Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf) e Furnas.

A “terra arrasada”, na avaliação de Tadeu, é a mensagem negativa que o governo quer vender da estatal para se desfazer do patrimônio. “Quando o Ministério de Minas e Energia lançou nota dizendo que ia privatizar a Eletrobras, dizia que tinha um diagnóstico profundo. Quando ele (o ministro) fala que fez um diagnóstico profundo, fala de privilégios na empresa, na ausência de boa gestão... Se há privilégios, tem que botar um farol, porque temos que viver com austeridade. Mas essa motivação (de privilégios) é aligeirada”.

Tadeu Alencar falou sobre o assunto ao visitar o Diario de Pernambuco, onde foi recebido pelo presidente Alexandre Rands, pela vice-presidente de Marketing
Brites Caminha, e pelo vice-presidente Institucional, Lauro Gusmão. Segundo o deputado, a tentativa de privatizar a Eletrobras no rolo compressor chama a atenção porque mostra o perfil do governo Temer. “Eles querem aprovar, em dois anos, toda a agenda que ficou reprimida no tempo dos governos do PT”.

O deputado federal aproveitou a ocasião para fazer críticas ao senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), vice-líder do governo no Senado e pai de Fernando Filho. Para ele, é importante que Fernando Bezerra se lance candidato ao governo do estado, para que tenha o discurso testado nas urnas. “Ele não tem esse discurso de que é poderoso, forte? Tem que testar isso no enfrentamento mesmo. Quando você cravar na testa que o sujeito apoiou Temer...”, disse, lembrando que nem os ministros falam no nome de Temer quando estão em palanques nos seus estados.

Para Tadeu Alencar, a disputa eleitoral vai mostrar o quanto Fernando Bezerra é “contraditório” e não tem lealdade a qualquer projeto político. “Você pega os discursos recentes dele... Ele dizia que Paulo era o homem certo, na hora certa. De uma hora para outra, Paulo Câmara é um governador que não tem prestígio, está deixando Pernambuco sem protagonismo. Esse tipo de discurso, sob a ótica da conveniência, não tem adesão. Quando você vê a história de Fernando é sempre saltando de um lado para o outro. Mas acho que deu um salto no escuro”. (Da redação)

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