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Editorial: Bons sinais no horizonte

Publicado em: 17/01/2018 07:14

O mercado de trabalho encerrou 2017 em recuperação e tudo indica que esse movimento continuará neste ano. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostra que, das 27 unidades da Federação, 17 ampliaram a oferta de oportunidades, com destaque para São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina. A retomada das contratações ainda é muito lenta, mas não deixa de ser positiva, sobretudo se levarmos em consideração o que ocorreu nos últimos anos.

Em dezembro de 2014, o índice de desocupação estava em 4,3%, o menor da história. Em dezembro de 2016, o indicador cravava 12%, com 12,3 milhões de desempregados. A situação se agravou ainda mias, batendo, no início de 2017, em 14%, um exército de mais de 14 milhões de pessoas sem trabalho.

O agravamento da crise política contaminou a economia. A incerteza inibiu o setor produtivo, que recolheu à gaveta planos de investimento. Diante de um cenário inseguro, vieram as demissões. O país aprofundou a recessão — uma das piores da história recente —, com inflação, juros e dúvidas crescentes no meio empresarial. O risco de apostar no país se tornou muito alto. A opção da maioria foi pela cautela.

Com o impeachment da presidente Dilma Rousseff, a crise parecia não ter fim. As correções de rumo vieram por meio da nova equipe econômica, sob o comando do ministro Henrique Meirelles. A inflação declinou, os juros seguiram o mesmo curso e os resultados começaram a aparecer, claramente, a partir do segundo semestre do ano passado.

Ainda estamos muito longe de um patamar ideal de crescimento econômico. As vagas reabertas são de baixa qualidade e os salários, menores. O estudo do portal Trabalho Hoje, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), mostra que novo percurso começa a ser pavimentado no país. Manter a trajetória positiva depende, em grande parte, do fim das incertezas políticas neste ano eleitoral.

O elenco de candidatos não é alento para a crise que o país ainda enfrenta. A insegurança no universo empresarial freia potenciais investimentos, que poderiam alagar as oportunidades de trabalho para profissionais bem mais qualificados, com maior padrão de renda. A informalidade ganha força, mas é alternativa para quem amarga quem está desocupado, ou teme a aventura de abrir o próprio negócio para conseguir o suficiente para sobreviver.

Especialistas preveem que 2018 será um bom ano para o mercado de trabalho. Mas os brasileiros terão que colaborar para que a tendência de mais oferta de vagas se consolide. Em boa parte, o encontro do país com um ciclo de prosperidade dependerá da escolha que os eleitores farão no pleito de outubro próximo. O bom senso terá que orientar a sociedade para uma opção acertada sobre quem comandará a nação pelos próximos quatro anos. É imperativo que o Brasil caminhe em ritmo mais acelerado rumo à recuperação econômica e à execução de políticas de enfrentamento das profundas desigualdades sociais.
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