Opinião Gustavo Figueirêdo: A disseminação do câncer Gustavo Figueirêdo é psicólogo clínico e especialista em saúde mental

Publicado em: 17/10/2017 07:25 Atualizado em:

O mês de outubro é designado pela campanha de prevenção ao câncer de mama, o Outubro Rosa. Mal que é acometido, em diversas pessoas, pelo mundo todo. Mas venho por meio desta discorrer sobre outro mal: a proliferação do câncer coletivo ou social.

Segundo Thorwald Dethlefsen, psicólogo alemão, em seu livro - A doença como caminho: uma visão nova da cura como ponto de mutação em que um mal se deixa transformar em bem – fala: “O câncer é uma expressão da época moderna e da nossa visão coletiva de mundo. Sentimos em nós como câncer somente aquilo que de fato vivemos. Nossa era é caracterizada pela expansão e pela concretização desconsiderada dos próprios interesses. Na vida política, científica, ‘religiosa’ e privada, os homens tentam expandir seus objetivos e interesses sem consideração pelos limites (‘morfológicos’); eles tentam criar por toda parte bases de apoio para seus próprios interesses (metástases), prestigiando unicamente seus ideais e objetivos, e escravizando assim todos os demais em seu próprio beneficio (princípio do parasitismo)”. Nesse sentido, será que por isso os nossos parlamentares, muitas vezes, adoecem e morrem de câncer? Algo a refletir!

O que se observa, como alimento para o câncer, é a busca pela, polarização, do ser. Vivemos com o outro (eu-tu), através das nossas sedes de necessidades; conquistamos algo (eu-matéria), em detrimento do ter; o avanço tecnológico, que nos traz um bem maior quando sabemos utilizar, vem deixando os nossos contatos, muitas vezes, a desejar. Ou seja, geralmente, buscando a desunificação do Ser, em prol, para um alimento do ser “egoístico” ou do ego. Certamente isso seja um “sintoma”. E como combatermos esse sintoma? Um dos remédios, ou resgate da média, ou do equilíbrio; é pela religião, na sua mais sublime realização.

Segundo o latim eclesiástico, religião ou re-ligare, quer dizer: “ligar-se novamente”. É a procura da despolarização, em busca da unicidade. A quebra do ego egoístico, onde o “eu” se faz “tu”. Enquanto não quebrarmos essa corrente egoística, certamente o câncer continuará se disseminando pelo mundo adentro. Apesar de saber que é uma doença multifatorial, seja pela a alimentação, pelo o estresse do dia a dia, ou por qual caminho que desejarmos; também é uma doença psicossomática. E socialmente falando só iremos enterrar esse mal, caso você se religue; ou se permita, de fato, se tornar sócio de uma sociedade para um bem maior.

No entanto, caro leitor, como anda a sua caminhada, em nível de atitude, para o falecimento do câncer social? Transitando pelas vias normais ou pela contramão?
 


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