MÍDIAS DIGITAIS Personalidades dos meios político e jurídico viram 'comentaristas' de rede social Janaína Paschoal e Deltan Dallagnol estão entre os que tratam dos mais variados, de denúncias a temas do cotidiano, como estratégia para se manter sob os holofotes

Por: Estado de Minas

Publicado em: 10/07/2017 10:12 Atualizado em: 10/07/2017 10:13

Consolidadas como um dos meios mais democráticos de comunicação, as redes sociais se tornaram um canal para personalidades do meio político ou jurídico que já estiveram em evidência se manter na mídia. A estratégia para prolongar o direcionamento dos holofotes sobre si é atuar como “comentarista” de assuntos de repercussão do dia. Alguns mais constantes e outros menos, eles fazem questão da palpitar sobre grandes decisões ou denúncias do noticiário do dia.

A advogada Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT), é uma das mais frequentes no Twitter. Ela se manifesta tanto que adotou um estilo de escrever em tópicos, numerando suas falas para ordenar o seguidor.

Os assuntos são variados. A advogada comenta sobre as denúncias contra Temer, movimento pelas eleições diretas, sobre as acusações contra o ex-aliado Aécio Neves (PSDB) e até sobre banheiros. Ela virou notícia ao fazer críticas às instalações sanitárias do Parque do Ibirapuera e, mais recentemente, postando fotos do lugar como gancho para criticar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) por ter alfinetado o prefeito de São Paulo e correligionário, João Dória.

Na sexta-feira, ela voltou a falar de impeachment, e disse que se acusaram o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha de ter aberto o processo contra Dilma por vingança, agora alegam que o procurador-geral Rodrigo Janot faz o mesmo com Temer. “Vamos derrubando um a um, nos termos da Constituição Federal. Fica quem honrar o cargo! Não pedimos muito, só o respeito à lei”, afirmou no tópico cinco de sua análise do dia.

LAVA-JATO

Em tempos de entressafra na Operação Lava-Jato, até o procurador Deltan Dallagnol. “Todo acusado de corrupção deve prestar contas à sociedade. Peço que o Congresso autorize o exame da acusação contra Temer”, disse na quarta-feira. Ele também andou comentando bastante o caso do senador Aécio Neves (PSDB), que chegou a ser afastado do cargo por conta da delação da JBS e voltou ao cargo na semana passada. Dallagnol também lamentou o fim do grupo de trabalho da Polícia Federal na Lava-Jato. “É imenso retrocesso nas investigações”, registrou.

Um pouco mais seletivo, o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa se posiciona sobre assuntos importantes, como a denúncia da Procuradoria-Geral da República contra o presidente Michel Temer. Ele usou o Twitter para falar das gravações em que Temer trata de propina com o empresário Joesley Batista. “Não há outra saída: os brasileiros devem se mobilizar, ir para as ruas e reivindicar com força a renúncia imediata de Michel Temer.”

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso é adepto do Facebook e costuma se comunicar mais por vídeos. Em um deles, ele pede cuidado com as pós-verdades. “Já me atribuíram muitas mentiras. Tenho-as negado há anos, mas nas redes sociais elas permanecem como um fantasma”, afirma, se referindo especificamente a rumores de que ele teria fechado um acordo com ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na última terça-feira, dia em que o senador Aécio Neves voltou ao trabalho, Fernando Henrique postou um vídeo falando que a Justiça e a Constituição devem prevalecer, mesmo que muitos não gostem das decisões tomadas pelo Judiciário. “Nós, às vezes, achamos que a Justiça errou. Pode ser que tenha errado, mas nós temos que obedecer. O norte é a Constituição”, disse.



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