IMPEACHMENT Antônio Campos entra com pedido de impeachment contra Temer Este é o décimo pedido de impeachment contra Michel Temer enviado à Câmara dos Deputados

Por: Diario de Pernambuco

Por: Victor Macário

Publicado em: 22/05/2017 13:21 Atualizado em: 26/05/2017 14:35

Desde a divulgação das gravações já são dez pedidos de impeachment enviados a câmara dos deputados - Foto: Blenda Souto Maior/DP
Desde a divulgação das gravações já são dez pedidos de impeachment enviados a câmara dos deputados - Foto: Blenda Souto Maior/DP
Depois da OAB - que já avisou que deve pedir a saída do presidente -, foi a vez do advogado, escritor e candidato a prefeito de Olinda nas últimas eleições, Antônio Campos, entrar com um pedido de impeachment contra o presidente Michel Temer (PMBD) por crime de responsabilidade.

Por carta, publicada em seu site pessoal, Antônio Campos descreveu as gravações entre o presidente e o empresário da JBS, Joesley Batista, como um “diálogo embaraçoso” e “conversas comprometedoras”. Segundo ele “Temer, que nasceu de uma eleição viciada e ilegítima, nunca foi meio de solução dos problemas nacionais”.

No decorrer da publicação Antônio Campos comentou o “tempo recorde” levado para o fechamento da delação em comparação às da Odebrecht e OAS dando como justificativa o caráter da informação que eles tinham disponível: conversas com o presidente Michel Temer e com o senador Aécio Neves (PSDB) e um histórico das propinas distribuídas. Outras pessoas citadas ao longo do texto são o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega - identificado como o contato de Joesley com o PT - e o deputado federal Rocha Loures (PMDB-PR).

O último é fonte de outros questionamentos levantados por Antônio Campos que vê uma conexão entre os fatos de Rocha Loures ter sido citado pelo presidente na conversa com Joesley e por ter recebido propina da JBS. “Diante de Joesley, Temer indicou o deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para resolver um assunto da J&F (holding que controla a JBS). Posteriormente, Rocha Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley “. 

Outro fator indicado por Antônio Campos como a razão do seu pedido de impeachment foi que “Temer também ouviu do empresário que estava dando a Eduardo Cunha e ao operador Lúcio Funaro uma mesada na prisão para ficarem calados” e pediu a saída do presidente “seja por renúncia ou pelo impeachment, seja por crime eleitoral pelo TSE ou pela abertura de processo por crime comum, sem macular a constituição”.

Entre outros pontos, o ex-candidato a prefeito de Olinda criticou as reformas propostas pelo governo e, mesmo exaltando a sua importância, pediu uma regulamentação do procedimento de delação premiada.

Por fim, ele  questionou a legitimidade do presidente da Câmara (DEM-RJ) e do presidente do Senado Eunício Oliveira (PMDB-PE) para um eventual governo do país “ante os seus notórios envolvimentos na Laja-Jato” e defendeu a aprovação da PEC que garantiria eleições diretas.
Antônio Campos é irmão do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) e era filiado aos socialistas até fevereiro deste ano. No último sábado, também motivado pelos áudios, o seu ex-partido desembarcou do governo e virou oposição.

Desde a divulgação das gravações já são dez pedidos de impeachment enviados a câmara dos deputados.


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