Investigação PF prende policiais legislativos acusados de atrapalhar a Lava-Jato A ordem é colher provas contra policiais legislativos lotados no Senado Federal suspeitos de atrapalhar investigações da PF

Por: Correio Braziliense

Por: AE

Publicado em: 21/10/2016 07:47 Atualizado em: 21/10/2016 09:41

O Congresso Nacional amanheceu cercado por policiais federais na manhã desta sexta-feira. Foto: Ed Alves/CB/D.A. Press
O Congresso Nacional amanheceu cercado por policiais federais na manhã desta sexta-feira. Foto: Ed Alves/CB/D.A. Press

O Congresso Nacional amanheceu cercado por policiais federais na manhã desta sexta-feira. Fortemente armados e encapados, eles vasculharam salas e gabinetes. A ordem é colher provas contra policiais legislativos lotados no Senado Federal acusados de atrapalhar investigações da PF constantemente. Acredita-se que a estrutura tenha sido usada para fazer contraespionagem contra investigações da Operação Lava-Jato. A PF afirmou que não há mandados judiciais sendo cumpridos em gabinetes ou qualquer endereço ligado a políticos.

Quatro policiais foram presos por suspeita de atrapalhar as investigações da Federal. A ação foi pedida pela Procuradoria-Geral da República.  O chefe da Polícia Legislativa Pedro Carvalho Oliveira foi conduzido coercitivamente - quando o investigado é levado a depor obrigatoriamente e liberado. Outras equipes da PF também fazem buscas em apartamentos de Águas Claras, nas residências dos suspeitos. 

Em nota, a Polícia Federal informou que foram obtidas provas de que o grupo, liderado por Pedro Ricardo Araujo Carvalho, Diretor da Polícia do Senado, tinha a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da Polícia Federal em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência.

Em um dos eventos,  Pedro Ricardo ordenou a prática de atos de intimidação à Polícia Federal, no cumprimento de mandado expedido pelo Supremo Tribunal Federal em apartamento funcional de senador Fernando Collor. Naquele momento, em julho de 2015, a PF executava a operação Politeia, por ordem do STF.

Os investigados responderão por associação criminosa armada, corrupção privilegiada e embaraço à investigação de infração penal que envolva organização criminosa (art. 2º, §1º, da Lei 12.850/2013). Somadas, as penas podem chegar a 14 anos e seis meses de prisão, além de multa.

A 10º Vara Federal do Distrito Federal expediu nove mandados judiciais, todos em Brasília, sendo quatro de prisão temporária e cinco de busca e apreensão, um deles nas dependências da Polícia do Senado. A Justiça Federal determinou a suspensão do exercício da função pública dos policiais do Senado envolvidos. O nome da operação faz referência à Deusa da proteção, com a capacidade de antever acontecimentos.



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