Eleições 2016
Os desafios dos candidatos de primeira viagem
Para o cientista político Thales Castro, muitos candidatos encaram a primeira eleição como uma forma de construir um nome para futuras disputas
Por: Henrique Souza - Pernambuco.com
Publicado em: 29/09/2016 09:00 Atualizado em: 29/09/2016 09:22
Jéssica Luíza se inspirou na popularidade do pai na vizinhança para tentar uma vaga na Câmara Municipal. Foto: Nando Chiappetta/DP |
O cientista político Thales Castro, professor da Universidade Católica de Pernambuco e da Faculdade Damas, acredita que muitos candidatos nessa situação encaram a primeira eleição como uma forma de construir um nome para futuras disputas. "Como eles não têm visibilidade e são franco-atiradores, um dos objetivos é fortalecer sua imagem e se tornarem mais conhecidos aos olhos dos eleitores", analisa.
Marcos Filho conta com as doações dos amigos para fazer sua campanha. Foto: Facebook/Reprodução |
Segundo Thales, uma das formas utilizadas pelos candidatos para driblar dificuldades financeiras é o de se expor com nomes obscenos ou músicas com tom humorístico na propaganda eleitoral. "Como precisam ser reconhecidos para que sua candidatura seja competitiva, muitas vezes eles utilizam esse tipo de recurso. Entretanto, os candidatos correm o risco de serem vistos com descrédito pelos eleitores", diz o especialista.
Já a estudante de direito Rayllane Ferreira, 21 anos e candidata à vereadora no Recife pelo Partido Social Cristão (PSC), se interessa por política desde a adolescência. “Desde os 13 anos eu participava de um grupo que debatia [política]. Após pagar uma disciplina de ciências política na universidade, a ideia de se candidatar amadureceu de vez”, explica. O foco das propostas de Rayllane está na comunidade da Torre, onde mora. A estudante quer realizar ações na área da educação para o jovens, como promover palestras e trazer cursos de qualificação para a juventude.
O cientista político Thales Castro, lembra que os vereadores desempenham um papel fundamental na melhoria da qualidade de vida nas cidades. Isso, considerando que "eles devem fiscalizar o poder executivo, especialmente o prefeito, e legislar sobre assuntos de interesse do município". Thales acredita que para ser um bom vereador, o candidato deve ter como principal qualidade ser sensível às causas sociais.
A memória do pai, falecido em maio desde ano, é o que inspira a vendedora Jéssica Luíza na disputa por uma vaga na Câmara Municipal do Recife. Aos 29 anos, ela é candidata pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN). “Meu pai sempre foi uma pessoa muito popular na comunidade [da Linha do Tiro], porque ele se doava muito pela vizinhança, fazia a coleta do lixo, trocava lâmpadas da rua, entre outras coisas, só para ajudar o pessoal”, lembra. Jéssica concentra os seus projetos na comunidade onde mora. Se for eleita, ela diz que irá trabalhar em favor da crianças, promovendo aulas de reforço e cursos profissionalizantes. Além disso, ela também quer desenvolver ações na área de saneamento básico, já que muitas pessoas no local moram em áreas de barreiras.
O doutor em ciências políticas Thales Castro atenta para a importância do vereador manter o contato com os moradores dos bairros. "O vereador costuma ter uma proximidade muito maior com os membros desses locais, já que muitas vezes também nasceu e se criou nessas comunidades. Esse trabalho de prestação de serviço também é vital para que ele se aproxime dos seus eleitores", comenta.
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