Mobilização Manifestantes fecham a Agamenon Magalhães em protesto contra afastamento de Dilma Defensores da ex-presidente denunciam condução do processo de impeachment

Por: Ketheryne Mariz

Publicado em: 31/08/2016 17:17 Atualizado em: 01/09/2016 19:37

Grupo é contra o afastamento de Dilma. Foto: Paulo Paiva/DP
Grupo é contra o afastamento de Dilma. Foto: Paulo Paiva/DP

 

Desconcentes com o impeachment de Dilma Rousseff (PT), aprovado no Senado por 61 a 20 votos, militantes petistas e movimentos sociais ralizam, na tarde desta quarta-feira (31), um protesto no bairro da Boa Vista, que neste momento segue pela Avenida Conde da Boa Vista, na altura do Shopping. Antes de saírem em passeata, iniciada no Derby de forma espontânea, pouco depois de terminar a votação, os manifestantes permaneceram pouco mais de duas horas bloqueando as vias da Avenida Agamenon Magalhães.

Com palavras de ordem, eles buscavam comunicar suas reinvidicações contrárias ao governo de Michel Temer e a forma que o impeachment da ex presidente Dilma Rousseff foi conduzido. Os ônibus foram desligados e os passageiros seguiram o caminho andando.

O ato foi puxado pela Frente do Povo Sem Medo. "O grupo delibera atividades culturais e políticas. A proposta deste ato é contra o golpe sofrido por Dilma Rousseff, contra os cortes sofrido pelos trabalhadores e os 45% dos cortes da educação", contou uma das participantes do movimento.

A estudante de Dança e militante da União Nacional dos Estudantes (UNE), Flor Ribeiro, 24, confirmou que o ato já estava marcado para acontecer, mas houve uma motivação maior a partir da decisão de impeachment de Dilma Rousseff. "Acreditamos agora que os atos devem se intensificar, esperamos uma greve geral até mesmo das Universidades Federais", contou Flor.

Entenda

Após a aprovação do impeachment e a posse do novo presidente Michel Temer (PMDB) neste dia 31 de agosto, manifestantes se concentraram na Praça do Derby, na região central do Recife, para um ato contra o afastamento permanente de  Dilma Rousseff. Centenas de pessoas ocupam, desde a tarde desta quarta-feira, a Avenida Agamenon Magalhães, um dos principais corredores de tráfego da cidade. O grupo cogitou seguir em caminhada até o Marco Zero, no Bairro do Recife, mas optou por permanecer na via.

Grupo é contra o afastamento de Dilma. Foto: Paulo Paiva/DP
Grupo é contra o afastamento de Dilma. Foto: Paulo Paiva/DP

Entoando "Fora Temer", os manifestantes reclamam da condução do processo de impeachment. "Um dos maiores motivos de estarmos aqui é o sentimento de indignação e injúria com o sistema politico. A voz e a luta são nossas únicas armas. Não iremos nos calar", afirmou a professora Joana Pessoa.

CUT

Segundo o presidente da CUT, Carlos Veras, fica difícil arrefecer o clima neste momento, apesar de Dilma ter mantido os direitos políticos, porque as propostas do governo Temer são de arrocho contra os trabalhadores. "Ainda tem gente que fala que interrompemos o trânsito, mas como é que podemos ficar calados? Como podemos ficar de braços cruzados? Vamos ficar assistindo à perda dos nossos direitos? Essa votação de hoje mostrou a máscara derretendo. Foi horrível. Logo em seguida, você vê o presidente golpista se reunindo com os ministros e criticando, dando puxão de orelha nos que votaram para manter os direitos de Dilma, dizendo que 'ou está com o governo ou não está'", protestou.

Carlos Veras acrescentou que, na opinião dele, os senadores, como juízes que deveriam ser, não votaram sobre o crime de responsabilidade fiscal, mas "votaram a favor ou contra o governo Temer".


O presidente da CUT disse que o cenário pela frente é sombrio e chama os trabalhadores à reflexão. "Podemos aceitar essa reforma trabalhista, essa reforma previdenciária que eles estão propondo, o congelamento dos salários, a negociação com os empresários para ganharmos menos?", indagou. "Você vê que a ficha começou a cair, porque o outro lado não está indo para as ruas", disse, completando que, no dia 5, os bancários entram em greve. Já no dia 22, haverá uma paralisação geral no país. 

 



Com informações da repórter Ketheryne Mariz e Aline Moura



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