Opinião Humberto Costa: O desmonte da cidadania "A cidadania é o grande alvo de uma elite que não aceitou a derrota eleitoral de 2014"

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 26/05/2016 07:15 Atualizado em: 26/05/2016 07:17

Por Humberto Costa
Senador pelo PT de Pernambuco

Quando as ruas gritavam que se tramava no Brasil um golpe, as forças que o urdiam faziam de tudo para desqualificar a afirmação. Foi muito comum se afirmar que se estava obedecendo à lei e à Constituição. Nessa cantilena até o Supremo Tribunal Federal - ou seria, sobretudo - foi acionado para validar a arapuca. A luta era “moralizadora”. A batalha seria contra a “corrupção”. Nada disso. A guerra era contra a presidenta Dilma Rousseff, uma mulher honrada e eleita por 54 milhões de brasileiros. As provas - uma atrás da outra - surgem agora, com poucos dias desse governo ilegítimo, imoral e sem voto.

Além de visar a presidenta, o golpe - desculpe, mas não cabe nenhum outro termo - visou os dois governos do PT que, em 13 anos, promoveu mudanças no perfil do Brasil. Nos governos de Lula e Dilma, as conquistas sociais deram o tom da gestão. Tirou-se da miséria uma parcela grande da população, assim como o próprio país foi resgatado das estatísticas vergonhosas da fome. Foi dada aos mais carentes a oportunidade à saúde, à educação, ao trabalho. A agenda brasileira passou a incluir uma classe que só era lembrada para pagar a conta do festim das elites.

Não é à toa que, em tão pouco tempo, uma a uma, essas conquistas foram sendo pulverizadas. A começar pelos nomes escolhidos para ocupar os postos de mando em áreas como Educação, Saúde, Cidades, Planejamento, áreas estratégicas como Defesa e Minas e Energia, setores fundamentais como a Cultura, alvo de um vai-e-vem insano por parte do governo provisório.

Temos hoje programas como o Pronatec, o Fies e o Prouni ameaçados. O Minha Casa, Minha Vida começa a ser desfigurado. O Mais Médicos prestes a definhar. É isto o que já foi anunciado por ministros sem afinidade com as suas pastas, membros de um governo sem norte, embora com um objetivo definido: barrar os avanços conquistados até agora, e a todo custo. O loteamento aleatório de cargos deu nisso e o povo é que terminará pagando a conta. Mais uma vez.

O nosso papel, temporariamente na oposição, é denunciar que, de sincera, a luta contra corrupção não tinha nada, era só um pretexto para derrubar Dilma e o PT. Como prevíamos, está em jogo algo muito maior, um desmonte nunca visto em um conjunto de programas sociais que devolveu o Brasil ao seu povo. A cidadania é o grande alvo de uma elite que não aceitou a derrota eleitoral de 2014, conspirou para derrubar o governo eleito e, apressadamente, festeja a volta de um modelo de Brasil rejeitado pelo povo e derrotado pelo eleitor. 


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