Lava Jato Executivo da Odebrecht e empresário prestam depoimento no Recife Dois mandados de condução coercitiva foram emitidos para os dois suspeitos na 26º fase da Lava Jato

Por: Diario de Pernambuco

Publicado em: 22/03/2016 10:18 Atualizado em: 22/03/2016 11:29

Casa de câmbio no bairro de Santo Antônio foi um dos locais visitados pelos policiais federais. Foto: Tércio Amaral/DP
Casa de câmbio no bairro de Santo Antônio foi um dos locais visitados pelos policiais federais. Foto: Tércio Amaral/DP

Cinco equipes da Polícia Federal, cada uma com quatro agentes, participaram em Pernambuco de ação da 26ª Fase da Operação Lava Jato, batizada de Xepa. No bairro de Boa Viagem, foram realizados dois mandados de condução coercitiva, cumpridos, segundo informações extraoficiais, nas residências de um executivo da Odebrecht, e do sócio de uma empresa de comunicação.

O executivo é acusado de ter realizado pagamento de propina para agentes públicos, mas ainda não há informações de quem poderia ter recebido os valores. O sócio da empresa de comunicação é acusado de ter ligação com o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares, condenado em 2013 no processo do mensalão.

Os dois acusados foram conduzidos à sede da Polícia Federal em Pernambuco, onde estão prestando depoimento. Após prestarem os esclarecimentos, serão liberados.

Ao todo, a operação cumpre 110 mandados no Recife, no Distrito Federal e mais sete estados.

Ação da Lava Jato em Pernambuco
Além das duas conduções coercitivas, a Polícia Federal em Pernambuco também cumpre nesta terça-feira quatro mandados de busca e apreensão. Entre os locais de busca estão residências em Boa Viagem, em um estabelecimento comercial e na casa de câmbio Mônaco no bairro de Santo Antônio. As buscas da PF tiveram como objetivo encontrar documentos e mídias de computador.

Desdobramentos da Operação Acarajé
Os trabalhos são um desdobramento da 23ª fase – Operação Acarajé – depois que uma análise de parte do material apreendido revelou um esquema de contabilidade paralela do Grupo Odebrecht destinado ao pagamento de vantagens indevidas a terceiros, vários deles com vínculos diretos ou indiretos com o poder público em todas as esferas. De acordo com a PF, o material indicou a realização de entregas de recursos em espécie a terceiros indicados por altos executivos do Grupo Odebrecht nas mais variadas áreas de atuação do conglomerado empresarial. Ainda segundo a PF, há indícios concretos de que o grupo se utilizou de operadores financeiros ligados ao mercado paralelo de câmbio para a disponibilização de tais recursos.

Nesta terça-feira estão sendo cumpridos ao todo 67 mandados de busca e apreensão, 28 de condução coercitiva, onze de prisão temporária e quatro de prisão preventiva, tendo como alvos vários endereços não divulgados. Ao todo, cerca de 380 policiais federais cumprem 110 ordens judiciais nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Piauí, Distrito Federal, Minas Gerais e Pernambuco.

Com informações do repórter Tércio Amaral

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