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Luto Morre o ex-vereador Liberato Costa Júnior Peemedebista tinha 97 anos e conquistou 10 mandatos no Legislativo

Publicado em: 13/01/2016 14:45 Atualizado em: 13/01/2016 16:31

Apesar de não ter sido reeleito em 2012, quando não disputou a reeleição, Liberato estava prestando consultoria à Câmara do Recife. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A. Press
Apesar de não ter sido reeleito em 2012, quando não disputou a reeleição, Liberato estava prestando consultoria à Câmara do Recife. Foto: Blenda Souto Maior/DP/D.A. Press

Atualizada às 15h50

O ex-vereador do Recife Liberato Costa Júnior (PMDB) morreu no começo da tarde desta quarta-feira (13). O ex-parlamentar tinha 97 e conquistou 10 mandatos na Câmara do Recife. Liberato morreu de parada cardíaca em sua residência, localizada nas proximidades da Praça do Hipódromo, na Zona Norte do Recife. O “velho Liba”, como também era conhecido, chegou a ser internado em uma UTI de um hospital recifense no mês passado, mas se recuperou e teve alta.

A história de Liberato Costa Júnior se confunde com a trajetória da política recifense. O ex-vereador conquistou seu primeiro mandato em 1955 e ficou na Câmara até o ano de 2012, quando não disputou a reeleição. Na época, Liberato reclamou da decisão do partido em não apoiá-lo na disputa. “Foi uma decisão impensada de alguns caciques e que comprometeu a minha candidatura. Dos candidatos presentes (à convenção do PMDB) eu era o único histórico. Fui fundador do MDB e do PMDB, um dos municipalistas mais tradicionais do Brasil”, disse.

O velório do ex-vereador será realizado na Câmara do Recife, a partir das 17h desta quarta-feira (13). O enterro será na manhã desta quinta-feira (14), às 10h, no Cemitério de Santo Amaro, no Centro da Cidade. Como presidente da Câmara do Recife, Liberato chegou a ser prefeito do Recife, mesmo interinamente, em alguns momentos. O peemedebista também chegou a ser eleito deputado estadual por Pernambuco.

Aos 95 anos, após receber uma homenagem da Câmara de Vereadores, Liberato definiu o sentimento de ser vereador da cidade. “Ser vereador do Recife é uma outorga, em termos políticos, da maior significação para o Brasil. A cidade, pela sua história, lutas liberais, republicanas, heróis e mártires, moldura todo aquele que aqui chegar com a representação popular e ser representante do povo do Recife é a síntese de tudo isso”, discursou.

Política até o fim

Neta de Liberato, Therajan Gonzaga disse ao Diario que seu avô pensava em política 24h por dia. “Até no hospital, quando ele foi internado em dezembro, ele respondia perguntas de enfermeiros sobre política. Se Geraldo Julio (atual prefeito) seria reeleito ou não. Em casa, sempre estava bem-humorado, sabia conversar com as pessoas. Foi político até o fim”. A neta lamentou a morte de Liberato e diz que o ex-vereador estava com a saúde debilitada desde abril do ano passado. “Tínhamos uma verdadeira home care em casa, Fizemos tudo por ele”.

Nesta quarta-feira (13), Liberato teve três paradas cardíacas, sendo a primeira às 11h, a segunda pouco depois e a última por volta das 13h20, quando morreu. “O médico chegou a reanimá-lo duas vezes. E chegou a brincar dizendo que meu avô estava ‘tirando onda’. Em alguns momentos, quando foi reanimado, o batimento foi na casa dos 180. Ele lutou até o fim”. À tarde, o movimento de populares era grande. O vereador Marcos Menezes (DEM) chegou a prestar condolências à família no início da tarde, na residência, no Hipódromo.

História - Liberato Costa Júnior nasceu, no Recife, em 11 de abril de 1918. Teve parte de sua formação na extinta Escola Normal (hoje, a sede da Câmara do Recife). O ex-vereador tentou seu primeiro mandato em 1951, pela UDN, mas ficou na suplência e só foi eleito em 1955. Liberato chegou a ser prefeito do Recife, em 1963, quando o então prefeito Miguel Arraes e o vice Arthur Lima Cavalcanti deixaram os postos. Arraes foi eleito governador e Arthur eleito deputado federal. Liberato era viúvo, teve duas filhas e deixou sete netos. Será enterrado ao lado de sua companheira.



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