Memória política Documentos abrem caminhos e revelam a "decadência" do SNI

Por: Tércio Amaral

Publicado em: 26/06/2015 19:00 Atualizado em: 26/06/2015 16:55

A historiadora Marcília Gama revela que os militares também classificavam a qualidade das fontes no serviço de inteligência. Foto: Teresa Maia/DP/D.A. Press
A historiadora Marcília Gama revela que os militares também classificavam a qualidade das fontes no serviço de inteligência. Foto: Teresa Maia/DP/D.A. Press

A professora do curso de história da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) Marcília Gama, um das maiores especialistas em aparelho opressor do regime militar (1964-1985) no Nordeste, relata que a documentação obetida pelo Diario chama atenção pela organização do regime e a evidência da perda de poder do SNI.

“O presidente Emílio Garrastazu Médici foi chefe da Abin antes de assumir a Presidência da República. Quando ele viu o poder que o SNI tinha, preferiu privilegiar essas informações, durante a sua gestão, ao Estado Maior do Exército, dando prestígio a seu núcleo dentro das Forças Armadas. Na documentação entre 1969-1974, podemos notar que as informações mais quentes estão com o Estado Maior e não com o SNI”, destaca a historiadora.

 

Ainda de acordo com Marcília, os documentos apresentados na matéria do Diario demonstram outra faceta da repressão. As qualificações das informações. No caso de d. Helder, em sua entrevista à uma rádio na Suíça, assim como a Guerrilha de Pariconhas, o relato é qualificado como “A-1”. De acordo com a historiadora, isso significava fonte fidedigna. “Além disso, demonstra que havia adidos brasileiros (agentes do serviço secreto) monitorando os opositores do regime no exterior. Essa era uma rede muito bem articulada”.



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