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Trump dá mais 75 dias para que TikTok encontre um comprador não chinês

O objetivo é impedir que as autoridades chinesas tenham acesso aos dados pessoais dos usuários do TikTok nos Estados Unidos
Por: AFP

Publicado em: 04/04/2025 20:43

TikTok (foto: NICOLAS ASFOURI / AFP)
TikTok (foto: NICOLAS ASFOURI / AFP)

O presidente Donald Trump estendeu nesta sexta-feira (4) por mais 75 dias o prazo para que o TikTok encontre um comprador não chinês, caso queira evitar ser proibido nos Estados Unidos por motivos de segurança nacional.

 

Trump já havia adiado por 75 dias, no final de janeiro, a entrada em vigor de uma lei aprovada em 2024 pelo Congresso, que obriga a ByteDance, grupo matriz da rede social, a ceder o controle.

 

O objetivo é impedir que as autoridades chinesas tenham acesso aos dados pessoais dos usuários do TikTok nos Estados Unidos ou possam influenciar a opinião pública americana por meio do poderoso algoritmo da rede social. No entanto, nunca foram apresentadas provas que justifiquem esses temores.

 

A nova data-limite agora passa para 19 de junho.

 

A venda precisa da aprovação da ByteDance e das autoridades chinesas, que, até o momento, não deram aval nem sequer à ideia de uma venda.

 

"Uma transação exige mais trabalho para garantir que todas as aprovações necessárias sejam assinadas, por isso estou assinando uma ordem executiva para manter o TikTok em funcionamento por mais 75 dias", escreveu Trump em sua plataforma Truth Social.

 

"Esperamos continuar trabalhando de boa fé com a China, que, pelo que entendo, não está muito feliz com nossas tarifas recíprocas", acrescentou, referindo-se às anunciadas na quarta-feira.

 

Essas novas tarifas aduaneiras de 34% se somam, no caso da China, aos 20% já em vigor, elevando o total para 54%.

 

Esses tributos são "necessários para um comércio justo e equilibrado" entre os dois países, insiste Trump.

 

A China retaliou e anunciou nesta sexta-feira que imporá uma tarifa de 34% sobre produtos importados dos Estados Unidos a partir de 10 de abril.

 

"Não queremos que o TikTok desapareça" e "esperamos trabalhar com o TikTok e a China para fechar o acordo", repetiu o ex-magnata do setor imobiliário, que se tornou um defensor da plataforma após tentar bani-la em 2020.

 

A ByteDance confirmou as negociações com o governo dos Estados Unidos para encontrar uma solução, mas alertou que ainda restam questões importantes a serem resolvidas.

 

"Nenhum acordo foi assinado" e qualquer decisão tomada estará "sujeita à aprovação sob a lei chinesa", acrescentou a companhia.

 

 

Aspirantes à compra

 

Segundo vários meios de comunicação americanos, a hipótese mais considerada é separar o TikTok de sua empresa-matriz.

 

Os acionistas da ByteDance receberiam, então, ações dessa nova entidade, equivalentes à sua participação atual no gigante chinês.

 

De acordo com o próprio TikTok, aproximadamente 60% do capital da ByteDance está nas mãos de investidores não chineses, o que significaria que a plataforma de vídeo não estaria mais sob controle majoritário de uma empresa chinesa, um requisito essencial do Congresso.

 

Isso descartaria qualquer pagamento e evitaria a entrada de um ou mais interessados na aquisição da rede social.

 

Essa lista inclui o "Projeto Liberdade" do empresário Frank McCourt, o YouTuber MrBeast e a startup de inteligência artificial (IA) generativa Perplexity AI.

 

Nos últimos dias, segundo a imprensa americana, Amazon e Walmart também manifestaram interesse. Em 2020, fizeram uma oferta conjunta com a Microsoft, que acabou não se concretizando.

 

Outras empresas dos Estados Unidos, incluindo a especialista em computação em nuvem Oracle, que já hospeda os servidores do TikTok nos EUA, e a firma de investimentos Blackstone, poderiam adquirir uma participação minoritária, segundo a mídia americana.

 

Mais do que apenas questões financeiras, há outro fator crucial em jogo: o famoso algoritmo de recomendação do TikTok, considerado o melhor do mundo entre todas as redes sociais e que explica a enorme popularidade do aplicativo.

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