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GUERRA

Sobe o número de mortes de trabalhadores da ONU no ataque a uma escola de Gaza

Um total de 18 pessoas morreu, sendo seis delas colaboradores da agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA)

Publicado em: 12/09/2024 12:32 | Atualizado em: 12/09/2024 12:38

Pessoas em luto carregam o corpo de um homem que foi morto pelo bombardeio israelense em escola em Nuseirat (Foto: EYAD BABA / AFP
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Pessoas em luto carregam o corpo de um homem que foi morto pelo bombardeio israelense em escola em Nuseirat (Foto: EYAD BABA / AFP )
Nesta quinta-feira (12), a Organização das Nações Unidas (ONU) comunicou que subiu  o número de mortos no ataque aéreo israelense de ontem a uma escola que administra no centro de Gaza, al-Jaouni, que abrigava deslocados da região, no campo de refugiados de Nuseirat.
 
Segundo a ONU, um total de 18 pessoas morreu além de haver dezenas de feridos, sendo que entre as vítimas mortais seis são seus colaboradores da agência da ONU para Refugiados Palestinos (UNRWA), incluindo o gerente do abrigo. “Este ataque à escola al-Jaouni é o quinto desde outubro e desta vez se registrou o maior número de mortos entre nossa equipe num único incidente nestes últimos 11 meses”, indicou a UNRWA.
 
Diversas testemunhas relataram que mulheres e crianças explodiram em pedaços durante a ofensiva aérea.
 
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou o bombardeio e afirmou que o que ocorre na Faixa de Gaza é totalmente inaceitável. “Uma matança sem fim e sem sentido, já que o número de funcionários humanitários mortos desde o início da guerra chegou a pelo menos 220. Essas violações dramáticas do Direito Internacional humanitário precisam acabar agora”, afirmou.

Em contrapartida, o embaixador de Israel na ONU, Danny Danon, diverge das críticas de Guterres e alegou que é inconcebível que as Nações Unidas continue a condenar Israel na sua guerra justa contra os terroristas, enquanto o Hamas continua a usar mulheres e crianças como escudos humanos.

O Ministério das Relações Exteriores da Palestina também condenou o ataque israelense e apelou à comunidade internacional para que "forneça proteção internacional aos palestinos e ponha fim à guerra de extermínio e deslocamento contra o nosso povo. A chancelaria palestina ainda pediu que os trabalhadores da UNRWA e outros funcionários humanitários sejam protegidos da brutalidade da ocupação.

O Ministério das Relações Exteriores do Catar fez coro à condenação. “Condenamos veementemente o bombardeio de Tel Aviv à escola al-Jaouni, operada pela UNRWA.
 
Um massacre horrível que confirma a abordagem criminosa de Israel e seu desrespeito aos princípios do direito internacional humanitário. Reiteramos o apelo por uma investigação internacional urgente, incluindo o envio de investigadores independentes da ONU para apurar os fatos relativos aos ataques contínuos da ocupação a escolas e abrigos para pessoas deslocadas”, diz a nota.

Já o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que a carnificina em Gaza tem que parar. "Massacre horrível. Nenhuma palavra pode refletir o verdadeiro horror e a perda de vidas em Gaza. Hospitais, escolas e abrigos foram repetidamente bombardeados, resultando em mortes de civis e humanitários”, acusou Tedros.

No entanto, a OMS anunciou hoje que conseguiu retirar quase 100 pacientes de Gaza para os Emirados Árabes Unidos. “Esta foi à maior evacuação de Gaza desde outubro de 2023. Mas, Gaza precisa de corredores médicos. Precisamos de um sistema melhor organizado e sustentado", apontou Richard Peeperkorn, representante da OMS para o território palestino ocupado, acrescentando que mais de 10 mil pacientes aguardam transferência.

Economia em frangalhos

A Agência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) alertou hoje para a devastação econômica avassaladora em Gaza desde o começo do conflito. Um relatório da instituição mostra que, 96% dos bens agrícolas do território, incluindo sítios, sistemas de irrigação e silos, estão completamente dizimados. 
 
A agência ainda advertiu que a pobreza ameaça a Cisjordânia ocupada, com 96% de todas as empresas a reportarem um forte declínio das atividades e que 42% das empresas reduziram o seu número de funcionários desde o ataque do Hamas.
 
Impasses no acordo de trégua

O Hamas declarou aos países mediadores do acordo de cessar-fogo que está pronto para implementar o plano de trégua já proposto pelos Estados Unidos e apoiado pela ONU sem quaisquer novas condições de nenhuma parte.
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