GUERRA

Rússia indica que dialoga com Ucrânia de acordo com nova 'realidade'

Acordos de Istambul foram discutidos com Kiev em março de 2022

Publicado em: 12/04/2024 16:29

 (Foto: Pixabay)
Foto: Pixabay
Nesta sexta-feira, o governo da Rússia admitiu dialogar com a Ucrânia com base nos acordos de Istambul discutidos com Kiev em março de 2022, desde que leve em conta ‘a nova realidade’ territorial.
 
"Pode se basear, entre outras coisas, nesse documento de Istambul para iniciar as negociações, mas, desde então, houve muitas mudanças, temos novas regiões inscritas na Constituição, o que não existia há dois anos. Mas ainda não vemos nenhuma oportunidade para isso", disse Dmitri Peskov, porta-voz presidencial do Kremlin, se referindo às regiões que foram anexadas pela Rússia desde que invadiu a Ucrânia.
 
Segundo a mídia independente russa, a Turquia propôs um projeto de acordo a Moscou e Kiev, que inclui o congelamento das hostilidades e referendos nos territórios ucranianos anexados pela Rússia.
 
Peskov, além disso, lamentou que Kiev decidiu proibir por decreto qualquer negociação com a Rússia e declarou que o presidente russo, Vladimir Putin, tem expressado repetidamente a vontade de dialogar.
 
Putin também ironizou as negociações de paz que acontecerão conferência internacional na Suíça e afirmou que a Rússia não foi convidada. A cúpula de alto nível está marcada para junho e tem como objetivo traçar um caminho rumo à paz na Ucrânia. "Além disso, eles acham que não temos nada para fazer lá, mas ao mesmo tempo dizem que é impossível decidir qualquer coisa sem nós. Seria engraçado se não fosse tão triste.", disse Putin.
 
A Suíça reconheceu que um processo de paz não pode ocorre sem a participação da Rússia e manifestou esperança de que Moscou possa se juntar ao processo de paz algum dia.
 
O Kremlin rejeita a fórmula de paz proposta pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, que exige que Moscou retire suas tropas do seu território e das regiões anexadas, incluindo a Crimeia, que ocorreu em 2014, pague compensações à Ucrânia e enfrente ainda um tribunal internacional como condição para as negociações de paz.
 
A Ucrânia e a maioria da comunidade internacional não reconhecem a anexação das cinco regiões, Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia e a Crimeia, pela Rússia.
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