Portugal convoca embaixador do Irã e exige libertação imediata de navio capturado

O Ministério das Relações Exteriores de Portugal convocou hoje o embaixador iraniano em Lisboa, Majid Tafreshi, sobre o navio de carga MSC Áries, de bandeira portuguesa e com registro na Ilha da Madeira, no Estreito de Ormuz, capturado pela Guarda Revolucionária do Irã.

 

O diretor-geral de Política Externa português, Rui Vinhais, fez três exigências à Tafreshi: libertação imediata do navio cargueiro MSC; libertação da tripulação e tratamento digno da tripulação enquanto a embarcação estiver detida. O MSC tem 25 tripulantes a bordo, sendo 17 cidadãos indianos. A Índia informou também que está em contato com as autoridades iranianas para garantir a segurança, o bem-estar e a rápida libertação dos cidadãos.

 

O governo de Portugal não considerou consistentes as explicações até agora fornecidas por Teerã, que alegou violação das normas marítimas internacionais e à falta de resposta às autoridades iranianas pela tripulação nas águas de Ormuz. O Irã ainda argumentou que o navio pertence ao regime ‘sionista’ e é de propriedade da empresa Zodiac Maritime Limited, do Grupo Zodiac, do bilionário israelita Eyal Ofer.

 

A chancelaria portuguesa revelou que vai aguardar os resultados desta diligência formal e avaliará, em função disso, medidas adicionais. “O governo português manifesta também profunda preocupação com a escalada do conflito na região, apelou à máxima contenção e reitera de forma veemente e categórica a condenação do recente ataque realizado contra o Estado de Israel”, diz o comunicado do Ministério das Relações Exteriores de Portugal sobre a reunião com o embaixador do Irã.

 

Além disso, a União Europeia já expressou que pretende impor novas sanções ao Irã após o ataque ao território israelita. As novas medidas deverão ser conhecidas dentro de alguns dias.

O ministro das Relações Exteriores israelita, Israel Katz, classificou a captura do navio como uma “operação de pirataria”.