Vencedores do Nobel apelam ao senado dos EUA contra indicação de Robert Kennedy Jr. para a Saúde
O grupo critica a falta de experiência e o posicionamento antivacina de Robert
Publicado: 10/12/2024 às 20:42

Robert Kennedy Jr. como Secretário de Saúde dos Estados Unidos/foto: CHRISTIAN MONTERROSA / AFP
Um grupo de mais de 75 ganhadores do Prêmio Nobel enviou uma carta aberta aos senadores norte-americanos, na qual contesta à nomeação de Robert Kennedy Jr. como Secretário de Saúde dos Estados Unidos. O presidente eleito Donald Trump nomeou Robert Kennedy Jr para o ministério, no entanto precisa ser submetida à votação no Senado, como determina a Constituição do país.
O grupo critica sua falta de experiência e seu posicionamento antivacina e insta que os senadores votem contra a confirmação à sua nomeação como secretário da Saúde.
"Levando em conta seu histórico, nomear Kennedy à frente do Departamento de Saúde representaria um risco para a saúde pública. Além de sua falta de qualificação ou experiência relevante nos campos da medicina, da ciência, da saúde pública ou do governo, Kennedy se opôs a muitas vacinas que permitiram proteger a saúde e salvar vidas, como as do sarampo e da poliomielite", denuncia o documento dos 77 prêmios Nobel de Medicina, Física, Química e Economia. Entre os signatários está Drew Weissman, Nobel de Medicina em 2023 pelo seu trabalho no desenvolvimento das vacinas de RNA mensageiro, que foram decisivas na luta contra a Covid-19.
Robert Kennedy Jr., sobrinho do presidente assassinado John F. Kennedy, foi candidato à presidência dos EUA antes de desistir da corrida presidencial à Casa Branca e declarar seu apoio a Trump. Seu pai, o senador Robert Kennedy, também foi assassinado em 1968 durante a campanha. Ele também já divulgou várias teorias conspiratórias sobre as vacinas contra a Covid-19 e associando-a ao autismo. Além disso, defende e milita a favor da suspensão da adição de flúor à água encanada, apesar da medida ser considerada um grande êxito sanitário no combate às cáries.
Outras escolhas de Trump para sua futura administração geram polêmica, como é o caso, por exemplo, de Pete Hegseth, ex-militar e apresentador do canal Fox News, indicado para chefiar o Pentágono, embora tenha acusações de agressão sexual e consumo excessivo de álcool.