APELO

Pequim alerta os EUA para não interferirem nas eleições em Taiwan

Por sua vez, os EUA vão enviar 'uma delegação informal' a Taiwan após as eleições presidenciais marcadas para o próximo sábado (13)

Publicado em: 11/01/2024 15:12 | Atualizado em: 11/01/2024 15:18

China recorreu aos residentes de Taiwan para que façam a "escolha certa" nas eleições (Foto: AFP
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China recorreu aos residentes de Taiwan para que façam a "escolha certa" nas eleições (Foto: AFP )
Nesta quinta-feira (11), Pequim apelou aos Estados Unidos para não "se intrometerem" nas eleições presidenciais de Taiwan e disse ainda se opor firmemente aos laços entre Taipé e Washington. Por sua vez, os EUA vão enviar ‘uma delegação informal’ a Taiwan após as eleições presidenciais marcadas para o próximo sábado (13).
 
“Os EUA não devem interferir nas eleições na região de Taiwan, sob qualquer forma, de modo a evitar danos graves nas relações sino-norte-americanas. A China opõe-se firmemente a qualquer forma de intercâmbio oficial entre os Estados Unidos e Taiwan. Existe apenas uma China no mundo e Taiwan é parte inalienável da China", disse Mao Ning, porta-voz do ministério das Relações Exteriores chinês.
 
Ning também enfatizou que a questão de Taiwan está no centro dos interesses da China e constitui a primeira linha vermelha intransponível nas relações sino-americanas. A China é contra o aumento dos contatos entre líderes políticos norte-americanos e taiwaneses, que considera ser uma violação do compromisso dos EUA de não manter relações oficiais com a ilha.
 
Com a campanha presidencial na reta final, os três candidatos têm realizado comícios de rua para dinamizar as suas bases eleitorais, enquanto tentam atrair os eleitores mais jovens através das redes sociais. Nas últimas sondagens permitidas antes da votação mostraram William Lai, do Partido Democrático Progressista (DPP), tradicionalmente pró-independência, ligeiramente à frente do Kuomintang, favorável a uma aproximação com Pequim. O Partido do Povo de Taiwan está em terceiro lugar.
 
A China recorreu aos residentes de Taiwan para que façam a "escolha certa" nas eleições e disse que William Lai constitui um "perigo sério", devido às suas posições pró-independência. “A eleição de Lai só aumenta o risco de uma guerra feroz", alertou.
 
Para os EUA, o maior aliado e fornecedor de armamento ao território, a ‘queda’ de Taiwan abalaria o seu sistema de alianças na Ásia-Pacífico, ameaçando o fim do domínio geoestratégico norte-americano na região. O presidente norte-americano, Joe Biden, já prometeu, inclusive, por várias vezes proteger Taiwan de uma potencial agressão militar chinesa.
 
Enquanto isso, a reunificação do território se tornou um objetivo primordial no projeto de rejuvenescimento da grande nação chinesa do líder chinês, Xi Jinping. “A reunificação é uma inevitabilidade histórica”, avisou Xi.
 
As relações entre Pequim e Taipé se deterioraram desde que Tsai Ing-wen, do DPP, assumiu o poder, em 2016. Tsai ressaltou uma identidade nacional taiwanesa distinta da China e se recusou a reconhecer o consenso alcançado em 1992, que afirmava a unidade da ilha e do continente chinês no âmbito do princípio ‘Uma só China’. Já o Governo chinês interrompeu os contatos oficiais com Taipé e passou a enviar navios e aviões militares nas áreas ao redor da ilha.
 
A China considera Taiwan uma das suas províncias, mas que ainda não conseguiu reunificar com o resto do seu território desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949. Pequim garante ser a favor de uma reunificação ‘pacífica’ com a ilha, onde a população tem um governo democrático, mas nunca rejeitou o uso da força militar. 

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