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Rússia socorre Itália com reforço de profissionais médicos

Publicado em: 26/03/2020 22:53 | Atualizado em: 26/03/2020 23:44

Por Isabel Alvarez - Rio (RJ)


Com a alta taxa de casos e mortalidade do novo coronavírus na Itália, o país mais afetado da Europa e do mundo, o governo russo já enviou 14 aviões militares com ajuda humanitária, com profissionais da área médica e equipamentos essenciais. E hoje chega à província de Bérgamo, na região da Lombardia, o décimo quinto, com médicos militares,  onde vão instalar gabinetes ítalo-russos para combater o coronavírus. Tal ação de Moscou causou incredulidade nos círculos do poder, já que, como Membro da União Europeia, a Itália impõe desde 2014 várias sanções econômicas à Rússia.

Entretanto, essas medidas políticas de assistência internacional em situações de crise são recorrentes entre as nações, classificadas pelos especialistas de relações internacionais como "diplomacia do poder brando", que, trocando em miúdos, significa meios não militares utilizados pelos dirigentes para melhorar a imagem do seu país no exterior e, de quebra, estreitar vínculos ou apaziguar e minimizar diferenças. Já o Ministério da Defesa da Rússia declarou que, ao enviar ajuda à Itália, Moscou também tem interesse no treinamento de seus médicos militares, além de adquirir experiência e trocar boas práticas, que provavelmente serão bastante úteis contra o vírus dentro do seu próprio território.

Outro país que tem sido beneficiado pela Rússia neste momento de crise é a Venezuela, com o qual conserva laços estreitos e sempre gerou muitas críticas, especialmente dos Estados Unidos. Putin mandou enviar para Caracas mil testes para a Covid-19, numa atitude que reforça para a maioria das autoridades governamentais sua posição contra as sanções econômicas unilaterais.

A Rússia tem se empenhado há anos em destacar sua posição de que apenas as sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU são legais e juridicamente vinculantes. Nessa conjuntura, Moscou demonstra bastante interesse em auxiliar os países que se encontram sob sanções que são segundo os russos, consideradas ilegais, como a Venezuela. O que ficou ainda mais claramente explícita com a carta direcionada hoje ao secretário-geral da ONU, António Guterres, na qual Rússia, Venezuela, China e mais 6 países, solicitam a retirada imediata de sanções unilaterais que dificultam a resposta e reação dos países afetados diante do novo coronavírus.


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