![Embaixador norte-americano na ONU, John Kelley (Foto: CHARLY TRIBALLEAU/AFP) Embaixador norte-americano na ONU, John Kelley (Foto: CHARLY TRIBALLEAU/AFP)]() |
Embaixador norte-americano na ONU, John Kelley (Foto: CHARLY TRIBALLEAU/AFP) |
Na reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas, convocada pela França, os Estados Unidos apelaram à Rússia e a Ucrânia que aceitem a sua proposta de paz. Enquanto, as duas nações se culparam mutuamente pela continuidade da guerra.
O embaixador norte-americano na ONU, John Kelley, instou Moscou e Kiev a aceitarem a proposta de Washington e recordou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que desempenha um papel de mediador cada vez mais desgastado, pediu ao Kremlin que interrompesse os ataques e encerrasse imediatamente a guerra.
"Se ambos os lados estiverem prontos para acabar com a guerra, os EUA apoiarão totalmente o caminho para uma paz duradoura. As duas partes se beneficiariam de um trabalho sobre a proposta-marco", frisou Kelley, além de condenar as ofensivas russas ao território ucraniano.
Já a vice-ministra das Relações Exteriores da Ucrânia, Mariana Betsa, denunciou no Conselho de Segurança que a Rússia lançou 8.500 bombas contra o seu país desde março, quando Washington propôs um cessar-fogo total, e afirmou que o ponto de partida para a paz seria justamente essa trégua. "Se a Rússia está tão determinada em parar a guerra, porque é que não iniciamos o cessar-fogo hoje, sem esperar até 8 de maio?" questionou Betsa, se referindo à trégua unilateral e tempoária de apenas três dias declarada pelo governo russo, para marcar o 80º aniversário da vitória soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Por outro lado, o embaixador russo nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, declarou que a convocação da reunião do Conselho de Segurança pelos "patrocinadores europeus" da Ucrânia reflete o seu medo de ficar de fora diante da nova administração dos EUA, que busca uma solução para o conflito. Nebenzya, além disso, acusou Kiev de sabotar a moratória de 30 dias, escalar o conflito e rejeitar propostas de paz equilibradas da Casa Branca, enquanto o Kremlin permanece mantendo negociações sobre os contornos do plano de paz.
O encontro no Conselho foi presidido pelo ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Noel Barrot, que pediu um cessar-fogo abrangente e condenou o ataque russo de 24 de abril contra Kiev, um dos mais violentos desde o início da guerra, que matou 13 pessoas e feriu cerca de 90.
A secretária-geral adjunta da ONU para os Assuntos Humanitários, Joyce Msuya, destacou que, até ao momento, não se passou um único dia neste ano sem que civis tenham sido mortos ou feridos em ataques. “Nos primeiros três meses de 2025, a ONU registrou 2.641 vítimas civis, quase 900 a mais que no mesmo período de 2024", disse Msuya.
Na terça-feira (29), o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, alertou que seu país deixará de fazer a mediação pelo fim da guerra na Ucrânia se Kiev e Moscou não apresentarem propostas concretas sobre como terminar o conflito.
A porta-voz do Departamento de Estado norte-americano, Tammy Bruce, acrescentou que se não houver progresso, os EUA darão um passo atrás como mediador. Hoje, o presidente Donald Trump insinuou em uma entrevista que Vladimir Putin ainda quer negociar um acordo de paz, mas também sugestionou que o dirigente russo deseja tomar o controle de toda a Ucrânia. "Por minha causa, ele não vai conseguir", garantiu Trump
"Todos queremos que esta guerra termine de forma justa, sem recompensas para Putin, principalmente sem territórios", reforçou hoje, por sua vez, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.