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Coreia do Norte promete expansão da força nuclear

Durante uma visita ao porto ocidental de Nampo, na segunda-feira (18), o líder norte-coreano, Kim Jong-un, disse que os exercícios conjuntos eram ensaios de invasão.

Isabel Alvarez

Publicado: 19/08/2025 às 13:35

O líder norte-coreano Kim Jong-un condenou os exercícios militares entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos e prometeu expandir o seu programa de armas nucleares. /STR / KCNA VIA KNS / AFP

O líder norte-coreano Kim Jong-un condenou os exercícios militares entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos e prometeu expandir o seu programa de armas nucleares. (STR / KCNA VIA KNS / AFP)

De acordo com a imprensa estatal da Coreia do Norte, o líder norte-coreano Kim Jong-un condenou os exercícios militares entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos e prometeu expandir o seu programa de armas nucleares. Após inspecionar o seu navio de guerra mais avançado, equipado com sistemas de capacidade nuclear, durante uma visita ao porto ocidental de Nampo, na segunda-feira (18), Kim disse que os exercícios conjuntos eram ensaios de invasão.

“Os exercícios militares conjuntos dos aliados mostram hostilidade e a sua suposta vontade de desencadear uma guerra. Os exercícios se tornaram mais provocadores do que antes ao incorporarem um elemento nuclear” declarou Kim à Korean Central News Agency.

“Que Pyongyang responda com contramedidas proativas e esmagadoras", acrescentou.

Por sua vez, as forças armadas da Coreia do Sul e dos EUA realizaram os seus exercícios anuais em grande escala, com o objetivo de reforçar a prontidão contra as crescentes ameaças norte-coreanas. O exercício Ulchi Freedom Shield, com a duração de 11 dias, que os aliados descrevem como defensivo, mobiliza 21 mil soldados, incluindo 18 mil sul-coreanos, para operações de posto de comando simuladas por computador e treino no terreno.

 

O porta-voz da presidência da Coreia do Sul, Kang Yu-jung, anunciou que seu país pretende melhorar as relações com o Norte e que Seul sempre considerou os exercícios Ulchi como defensivos, mas não citou ou fez mais comentários sobre as falas de Kim.

O presidente ainda afirmou recentemente que tentaria restaurar um acordo militar entre as duas Coreias de 2018 projetado para reduzir as tensões na fronteira e pediu que Pyongyang respondesse aos esforços do Seul para reconstruir a confiança e retomar as conversações. O acordo militar de 2018, alcançado durante um breve período de diplomacia entre as Coreias, criou zonas-tampão em terra e no mar e zonas de exclusão aérea acima da fronteira para evitar confrontos. No entanto, a Coreia do Sul suspendeu o acordo em 2024, justificando a decisão com as tensões sobre os lançamentos de balões carregados de lixo pela Coreia do Norte em direção ao Sul, e avançou para retomar as atividades militares na linha da frente e as campanhas de propaganda. A ação foi tomada após a Coreia do Norte já ter declarado que deixaria de respeitar o acordo.

A Península da Coreia se encontra em um estado de ‘guerra técnica’ há cerca de oito décadas, com a zona desmilitarizada que separa os dois países. Mas, as tensões na Península se agravaram nos últimos anos, à medida que Kim acelerou o seu programa nuclear militar e aprofundou o alinhamento com Moscou depois da invasão russa da Ucrânia. O seu governo também tem frequentemente recusado os apelos de Washington e Seul para retomar as negociações para acabar com os seus programas nucleares e de mísseis.

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