Autoridade Palestina apoia força internacional em Gaza
Varsen Aghabekian acrescentou ainda que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, distorce a realidade ‘a torto e a direito’
Publicado: 13/08/2025 às 18:40

Enlutados carregam o corpo de um palestino, morto na noite anterior em um ataque israelense, durante seu funeral na Cidade de Gaza em 29 de julho de ( AFP)
A ministra das elações Exteriores da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Varsen Aghabekian, declarou que apoia a possibilidade de um grupo de países que, em conjunto com a Organização das Nações Unidas, possam estabelecer uma missão de paz na Faixa de Gaza.
Aghabekian indicou que a França, Egito, Turquia, Jordânia, Itália e Reino Unido poderiam formar uma força de estabilização em Gaza em paralelo com a ONU, num plano de ação aprovado pela ANP para Gaza após o fim da guerra. A fala da ministra acontece depois do presidente francês, Emmanuel Macron, ter defendido uma força internacional temporária de estabilização para o território palestino.
Em relação ao ‘dia seguinte à guerra’, a ministra enfatizou a posição da ANP, que governa a Cisjordânia, que deve ser a entidade a exercer o poder político e legal na Faixa de Gaza. “Depois da realização de eleições, o Hamas não deve controlar Gaza, mas sim depor as armas, uma vez que a Palestina não vai ser um Estado armado”, disse.
Mas, a opção de governança política pela Autoridade Palestina já foi rejeitada por Tel Aviv.
Para a ministra, a decisão de Israel sobre a ocupação de Gaza demonstra que esta é uma "guerra contra os palestinos" para torná-la inabitável e deslocar os cidadãos residentes. Recentemente, o governo israelense anunciou que assumirá o controle da cidade de Gaza, onde vivem cerca de um milhão de residentes, que seriam forçados a deslocação. Sobre esta questão, a chefe da diplomacia palestina apontou que Israel controla atualmente 75% da Faixa de Gaza e que antes do conflito, cinco mil pessoas viviam num quilômetro quadrado, mas atualmente são 50 mil.
Varsen Aghabekian acrescentou ainda que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, distorce a realidade ‘a torto e a direito’ e que tudo o que diz sobre a Faixa de Gaza deve ser questionado pela comunidade internacional.
O plano aprovado pelo gabinete de segurança de Netanyahu para a Cidade de Gaza aumentou as preocupações mundiais sobre a devastação generalizada, as deslocações e a fome que se abatem sobre os 2,2 milhões de habitantes do enclave. O plano foi condenado pela maioria dos países e pelas Nações Unidas, incluindo o Conselho de Segurança da ONU.
Enquanto isso, o líder do Hamas Khalil Al-Hayya está no Cairo para conversações sobre a retomada das negociações de uma nova proposta de um acordo para o cessar-fogo.
Segundo uma fonte egípcia governamental, que revelou sob anonimato à agência de notícias EFE, o Hamas também mostrou flexibilidade quanto à presença de forças árabes e internacionais na administração de Gaza no contexto de um acordo para acabar com o conflito no enclave. A fonte indicou que nas negociações haverá um acordo sobre quadros específicos da missão das forças internacionais que entrarão em Gaza, assim como as milícias palestinas deverão respeitar a trégua e não iniciar ataques contra o exército israelenses. A nova proposta, elaborada com o apoio da Turquia, inclui a libertação de todos os reféns em troca de prisioneiros palestinos em Israel, além da suspensão do braço militar do Hamas no âmbito de um entendimento sobre o futuro de Gaza. A proposta abrange entre outros pontos, um calendário para a retirada das forças israelenses de Gaza sob supervisão árabe e norte-americana, até que se alcance uma solução para os problemas da administração local e o desarmamento do Hamas.
O Egito e a Jordânia, com o reforço do governo turco, pressionam o Hamas para aceitar o acordo.

