Países europeus sofrem com incêndios florestais, calor intenso e seca severa
A maior parte do continente sofre uma onda de calor intensa e prolongada combinada com uma seca severa, sinais dos efeitos das alterações climáticas
Publicado: 13/08/2025 às 16:39

Bombeiros tentam extinguir um incêndio florestal em Portugal ( PATRICIA DE MELO MOREIRA / AFP)
Muitos países europeus combatem inúmeros incêndios, principalmente a Grécia, Espanha e Portugal, enquanto que na França e Itália a situação melhorou após milhares de hectares terem sido devastados no sul da Europa nos últimos dias. A maior parte do continente sofre uma onda de calor intensa e prolongada combinada com uma seca severa, sinais dos efeitos das alterações climáticas
No sul da França ainda é mantida a máxima vigilância para evitar qualquer reativação do gigantesco incêndio que destruiu 16 mil hectares na cidade de Aude. No entanto, foram emitidos alertas vermelhos para a onda de calor no centro-leste do país, que tem sido assolado por altas temperaturas.
O governo italiano também informou que em toda a península, os bombeiros comunicaram hoje que tinham conseguido controlar ou extinguir nove incêndios.
Os incêndios já causaram inclusive duas mortes e vários feridos na Espanha e os bombeiros continuam hoje a combater 14 grandes incêndios, especialmente no norte do país, como Galícia, Castela e Leão e a Extremadura, que são as regiões mais preocupantes. Os fogos são alimentados pela maior onda de calor de que há registro no país, tendo cerca de 6 mil pessoas de 26 localidades terem precisado serem retiradas de suas residências em Castela e Leão. Até agora, a Espanha sofreu 199 incêndios que destruíram quase cem mil hectares, o dobro do ano passado, no entanto três vezes menos do que em 2022, o pior ano.
Mas, segundo as autoridades espanholas, houve uma ligeira melhora em relação aos dias anteriores devido ao aumento da umidade e um pouco de chuva em algumas zonas. "A situação deve ser favorável porque o tempo está do nosso lado durante algumas horas", avaliou a diretora da Agência de Proteção Civil, Virginia Barcones.
Na Grécia, os bombeiros anteciparam um dia muito difícil especialmente pelas violentas rajadas de vento que se fizeram sentir durante o combate a 23 incêndios, incluindo um nos arredores de Patras, a terceira maior cidade do país. Além disso, perto de Patras um novo incêndio foi deflagrado junto ao sítio arqueológico de Vouteni, ameaçando zonas florestais e habitações, cobertas por uma espessa nuvem de fumaça.
"Estas são certamente às 24 horas mais difíceis do período de combate aos incêndios. Só ontem deflagrou 82 incêndios, um número muito elevado que, combinado com os ventos fortes, a seca e as altas temperaturas, criou enormes dificuldades", comunicou o presidente do Sindicato dos Bombeiros grego, Kostas Tsigas.
Na madrugada de hoje, com ventos superiores a 80 km/h na Grécia desde a semana passada, foram mobilizados 33 aviões e 4.850 bombeiros em todas as frentes. O governo de Atenas apelou na terça-feira (12) ao mecanismo europeu para obter quatro bombardeiros de água suplementares, enquanto mais de 20 mil hectares foram destruídos pelas chamas no país desde junho. As frentes de incêndio mais preocupantes estão nas ilhas de Zakynthos e Chios, e nas cidades de Preveza e Achaia.
Já em Portugal, quase dois mil profissionais estão mobilizados no combate a cinco incêndios em Arganil, Viseu, Vila Real, Tabuaço e Trancoso, considerados os mais problemáticos pelo departamento de Proteção Civil português.

