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Israel vota hoje planejamento da ocupação de Gaza

Enquanto isso, o líder da oposição israelense, Yair Lapid, defendeu que o plano de Netanyahu, é uma péssima ideia.

Isabel Alvarez

Publicado: 07/08/2025 às 15:49

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu/SEBASTIAN SCHEINER / AFP

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (SEBASTIAN SCHEINER / AFP)

Nesta quinta-feira (7), o gabinete de segurança de Israel se reúne para aprovar os planos do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu para ocupar totalmente a Faixa de Gaza.

O projeto abrange um plano de cinco meses para a ocupação de vastas áreas de Gaza e implica na deslocação de aproximadamente um milhão de palestinos, além de uma nova e ampla ofensiva militar em zonas onde se acredita que estão os 20 reféns que ainda devem estar vivos.

Segundo o jornal Times of Israel, o gabinete vai aprovar o plano, que será realizado em fases, sendo que a primeira etapa inclui a ordem de evacuação dos habitantes da Cidade de Gaza para haver tempo de construir de infraestruturas civis nesta área, incluindo hospitais e campos para deslocados.

"Pretendemos controlar Gaza para garantir a nossa segurança, remover o Hamas de lá, permitir que a população se liberte do Hamas e passar o controle para um governo civil que não seja o Hamas nem qualquer outro que defenda a destruição de Israel. É isso que queremos fazer. Queremos libertar-nos e libertar o povo de Gaza do terrível terror do Hamas. Não queremos mantê-lo. Queremos ter um perímetro de segurança. Não queremos governá-lo”, revelou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu na entrevista ao canal Fox News.

Já o comandante do Exército israelense, Eyal Zamir, afirmou que continuará a se manifestar sem medo e com profissionalismo, em meio a um conflito com o governo de Tel Aviv após ter declarado que não concorda com os planos do governo de assumir o controle total do território palestino.

"Continuaremos a expressar a nossa posição sem medo, de forma pragmática, independente e com profissionalismo", diz o comunicado do tenente-general Zamir.

Há alguns dias a mídia de Israel tem noticiado manifestações de reserva por parte das chefias militares ao plano do governo Netanyahu de intensificar as operações em Gaza.

"Não estamos lidando com teorias, estamos a lidar com questões de vida ou de morte, com a defesa do Estado, e fazemos com sinceridade perante os nossos soldados e os cidadãos do país", apontou Zamir.

Já o ministro israelense da Defesa, Israel Katz, afirmou que o Chefe do Estado-Maior das Forças de Defesa de Israel tem o direito de expressar opinião, mas deve executar com determinação as decisões políticas do governo. “É direito e dever do Chefe do Estado-Maior expressar a sua posição nos fóruns apropriados. Mas, depois de as decisões serem tomadas a nível político, o exército vai executá-las com determinação e profissionalismo até que os objetivos da guerra sejam alcançados”, declarou Katz.

Enquanto isso, o líder da oposição israelense, Yair Lapid, defendeu que o plano de Netanyahu, é uma péssima ideia."A maioria das pessoas não o apoia esta iniciativa em relação ao enclave palestino. O povo de Israel não está interessado nesta guerra. Pagaremos um preço elevado por isso", denunciou. Lapid considerou que ao invés de uma ocupação e anexação desnecessárias, Israel devia atrair o Egito para Gaza, para que haja outro governo a gerir o território, enquanto as forças israelenses estariam concentradas no que é importante, que é eliminar o Hamas.

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