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Saída antecipada de Yuri Romão deixa incertezas no futuro do Sport

Presidente rubro-negro afirma que não renuncia, mas antecipa eleições; distinção pode definir qual estatuto será aplicado ao próximo processo eleitoral

Redação

Publicado: 14/11/2025 às 18:36

Raphael Campos, vice-presidente, e Yuri Romão, presidente do Sport/ Paulo Paiva/Sport Recife

Raphael Campos, vice-presidente, e Yuri Romão, presidente do Sport ( Paulo Paiva/Sport Recife)

Em meio ao fim de ano caótico do Sport, o presidente Yuri Romão anunciou, nesta sexta-feira (14), durante entrevista coletiva na Ilha do Retiro, que deixará o cargo no dia 31 de dezembro de 2025. O comunicado, feito de forma direta e inesperada, abriu uma série de questionamentos sobre o futuro político do Rubro-negro, especialmente sobre o formato das próximas eleições e qual estatuto regerá o processo, e que interfere no planejamento para a próxima temporada.

O próprio presidente, ao longo da coletiva, admitiu que ainda não havia uma resposta clara para essa definição. A convocação da eleição geral segue indefinida e dependerá diretamente da maneira como sua saída será formalizada. A forma como Yuri classificou sua decisão foi forte: "Não é renúncia, estou antecipando uma eleição."

Segundo o mandatário, sua saída não deve ser encarada como abandono do cargo, mas como uma antecipação do processo eleitoral, já que seu mandato originalmente iria até o final de 2026. Apesar do Sport ter aprovado um novo estatuto, Yuri Romão foi eleito ainda sob as regras do antigo documento. A dúvida agora é sobre qual estatuto regerá a eleição antecipada.

Futuro indefinido na presidência

Assim, a regra aplicável à sua saída depende diretamente da interpretação jurídica do ato que ele anuncia. O antigo estatuto, válido para o seu mandato, determina no Artigo 86 que, caso o cargo fique vago após a metade do mandato, o vice-presidente executivo assume até o fim da gestão.

Se a vacância ocorrer antes da metade, deve ser convocada uma nova eleição em até 15 dias, com o vice assumindo provisoriamente. A definição sobre a "metade do mandato" também é direta no estatuto antigo: ela não é contada pela data da eleição, mas pela data da posse, sempre em 5 de janeiro do ano seguinte ao pleito, conforme o Artigo 78. Isso significa que, no caso da atual gestão, a metade só seria alcançada em 5 de janeiro de 2026.

Como Yuri anunciou saída para 31 de dezembro de 2025, o movimento, na prática, ocorre antes da metade do mandato, o que, tecnicamente, configuraria renúncia. Se fosse assim interpretado, o procedimento correto seria convocar uma nova eleição em até 15 dias, deixando o vice Raphael Campos no comando provisório.

Formalização da "saída antecipada"

O presidente, porém, insiste que não está renunciando, mas apenas antecipando a eleição, permanecendo à frente até a posse do novo mandatário. E essa escolha de palavras pode ter efeito direto na aplicação ou não do antigo estatuto. Caso não seja reconhecida uma renúncia, passa a valer integralmente o novo estatuto do clube, que muda o formato de gestão e substitui o presidente executivo por um Conselho de Administração composto por cinco membros: presidente, vice e três conselheiros.

Se houver antecipação das eleições, o processo também precisará seguir o formato do novo estatuto, já que o mandato resultante será válido por um triênio. Para isso, Yuri ainda precisa formalizar ao Conselho Deliberativo um pedido de antecipação eleitoral.

O presidente comunicou apenas publicamente sua decisão, mas ainda não protocolou nada no Conselho, órgão responsável por interpretar o estatuto — uma espécie de Constituição do clube. A formalização será determinante para definir qual regra será aplicada e qual caminho o Sport seguirá nos próximos meses.

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