Planejamento do Sport fracassa e portugueses decepcionam na Ilha
João Silva, Sérgio Oliveira e Gonçalo Paciência chegaram como protagonistas, mas acumulam lesões, atuações apagadas e perda de espaço no elenco
Publicado: 30/07/2025 às 19:13

Sérgio Oliveira, Gonçalo Paciência e João Silva, os portugueses do Sport (Paulo Paiva/Sport Recife)
O Sport abriu a temporada de 2025 apostando alto no mercado internacional. Com ambição e expectativa de brigar por uma campanha sólida na Série A do Campeonato Brasileiro, o clube investiu e trouxe da Europa três jogadores portugueses e de alta expectativa.
O zagueiro João Silva, de 26 anos, o meia Sérgio Oliveira, de 33, e o atacante Gonçalo Paciência, de 30. Reforços que chegaram com status de titulares, mas que, até aqui, representam mais um capítulo de frustrações no planejamento rubro-negro.
O trio desembarcou na Ilha do Retiro na primeira janela de transferências com moral elevada. O contexto atual, no entanto, é o oposto do que se esperava. Entre lesões, falta de encaixe tático e baixo desempenho, os três jogadores hoje vivem momentos discretos, distantes do protagonismo prometido e, em alguns casos, do time titular.
Em entrevista coletiva, em meio ao momento crítico do Sport na temporada, o presidente rubro-negro, Yuri Romão, reconheceu falhas na montagem do elenco, com investimentos equivocados. A equipe leonina é a única das quatro divisões nacionais que ainda não venceu no Brasileiro em 2025. O Sport é o lanterna da Série A com cinco pontos, e amarga mais de quatro meses sem comemorar uma vitória.
Com passagem por clubes relevantes da Europa e até pela seleção portuguesa, o trio desembarcou na Ilha do Retiro na primeira janela de transferências com moral elevada. O contexto atual, no entanto, é o oposto do que se esperava. Entre lesões, falta de encaixe tático e baixo desempenho, os três jogadores hoje vivem momentos discretos, distantes do protagonismo prometido e, em muitos casos, do time titular.
JOÃO SILVA
O zagueiro João Silva foi o primeiro dos portugueses a se firmar na equipe. O defensor chegou ao Sport vindo do Kortrijk, da Bélgica, com contrato até dezembro de 2027. Logo assumiu a titularidade sob o comando do técnico português Pepa, ganhando também oportunidades com António Oliveira, mas perdeu espaço com a chegada de Daniel Paulista.
O defensor disputou 16 partidas na temporada, todas como titular, e marcou um gol importante na semifinal do Campeonato Pernambucano, diante do Santa Cruz. Mas seu último jogo foi na goleada sofrida para o Cruzeiro, por 4 a 0, na 8ª rodada do Brasileirão, em 11 de maio. Desde então, viu o capitão Rafael Thyere, recuperado de cirurgia, retomar a posição e se consolidar na defesa. Hoje, João Silva não chega a ser a primeira opção imediata entre os reservas.
SÉRGIO OLIVEIRA
Talvez o nome mais impactante da janela rubro-negra, Sérgio Oliveira chegou com um currículo de respeito: campeão da Conference League pela Roma, campeão nacional pelo Porto, presenças marcantes na Champions League e convocações para a seleção portuguesa. A expectativa era de um meia experiente, capaz de liderar o Sport na elite do futebol brasileiro. A realidade, porém, foi diferente.
Apesar de ter disputado 18 jogos na temporada, quatro deles saindo do banco, o camisa 27 marcou apenas dois gols e deu uma assistência. Enfrentou forte concorrência no meio-campo, mas foram as lesões que mais o afastaram da sequência desejada.
Atualmente, trata uma lesão ligamentar no tornozelo esquerdo e não tem prazo de retorno. No primeiro semestre, também teve problemas na coxa e ficou fora de quatro jogos. Com contrato até o fim de 2026, ainda busca espaço e regularidade.
GONÇALO PACIÊNCIA
Entre os três portugueses, Gonçalo Paciência é o mais criticado pela torcida. O atacante, que também já vestiu a camisa da seleção de Portugal e atuou por Campeonato Espanhol e Alemão, ainda não marcou um gol sequer no Campeonato Brasileiro. Seus cinco gols em 20 partidas foram todos no Campeonato Pernambucano, deixando a desejar em momentos decisivos.
Além do baixo rendimento em campo, também foi prejudicado por uma lesão no quadril que o afastou por seis semanas. O camisa 7 chegou a perder 12 jogos na temporada. Outro dado que chama atenção é que Paciência nunca completou uma partida inteira com a camisa rubro-negra, mesmo tendo começado como titular em 11 jogos. Com o Sport afundado na lanterna da Série A, o desempenho inofensivo do atacante vira reflexo da má fase da equipe.
Agora, o Leão tem sequência decisiva da Série A pela frente e a permanência na elite em jogo. Para os portugueses, o tempo de resposta começa a ficar curto. O próximo compromisso do Sport será diante do Bahia, em clássico nordestino válido pela 18ª rodada do Brasileirão. O jogo está marcado para o sábado (2), às 16h, na Ilha do Retiro.

