Beto Lago: 'Estrago no Sport foi feito em janeiro; responsáveis se escondem'
O Sport vive sua pior fase da história, o clube rubro-negro não vence a 18 partidas
Publicado: 29/07/2025 às 08:00

Elenco do Sport (Paulo Paiva/ Sport)
O estrago
Se há um treinador no Sport que conquistou uma unanimidade negativa este é o português António Oliveira. Em menos de um mês e quatro jogos à frente da equipe, conseguiu desmantelar o que ainda restava da boa fase vivida sob o comando de seu compatriota Pepa, sem apresentar nada de positivo. Um comentário merece destaque e serve como base para a atual situação: “o estrago foi feito em janeiro”, disse o treinador. No ano em que o Sport alcançou seu maior faturamento financeiro em 120 anos de história, o planejamento esportivo foi de uma incompetência sem precedentes. As contratações de alguns atletas, especialmente os portugueses, contaram com o aval de parte da imprensa (estou incluído aqui). Nomes que passaram por grandes clubes europeus levantaram expectativas, mas uma questão permanece: realmente desejavam jogar em nosso País, em um clube que, no cenário nacional, estava fora dos holofotes e retornava à Série A após três anos? Qual era a identificação deles com o Sport?
Banco desequilibrado
O significado da declaração de António Oliveira tornou-se evidente na partida contra o Santos: um banco de reservas desequilibrado, repleto de jovens e carente de peças que pudessem socorrer Daniel Paulista. O treinador tem sua cota de culpa. Colocar Hyoran, sabendo que não apresentou rendimento até agora, foi um erro. Insistir com ele e com outros jogadores deste elenco, que deveria ter passado por uma reformulação significativa, é difícil de entender.
Alertas ignorados
Os primeiros jogos da Série A, sob a gestão de Pepa, serviram como um alerta. As avaliações iniciais, baseadas em números e atuações passadas, não podem servir como justificativa permanente. Quando erros se tornam evidentes, é fundamental corrigir imediatamente o rumo. Os dirigentes optam por persistir em seus equívocos, na esperança de que, no futuro, entremos em uma tal “fila do perdão” – que, convenhamos, não deverá ocorrer.
Vocês não são infalíveis!
Minha experiência no esporte me brinda com perspectivas mais profundas. Se erro em minha análise, devo ter a responsabilidade de reconhecer meu equívoco e pedir desculpas. E aqui para todos os dirigentes e treinadores que acreditam estar acima do bem e do mal: vocês não são infalíveis! Erram com frequência, e é raro ver assumir suas falhas. Como nós da imprensa, também. Aceitem e aprendam com os erros e busquem um caminho mais claro nas gestões.

