Santa Cruz
COLUNA BETO LAGO

Beto Lago: 'Aprovação na AGE é um grito de sobrevivência de toda uma torcida'

A SAF do Santa Cruz foi aprovada pela Assembleia Geral Extraordinária (AGE), no último domingo (30)

Beto Lago

Publicado: 01/12/2025 às 08:43

Comissão técnica e diretoria do Santa Cruz/Evelyn Victoria/SCFC

Comissão técnica e diretoria do Santa Cruz (Evelyn Victoria/SCFC)

Renascer Tricolor
A aprovação, em Assembleia Geral Extraordinária, da proposta que transforma o Santa Cruz em SAF não é apenas uma decisão administrativa. É um grito por sobrevivência. Um ato de um clube que já sangrou demais, perdeu terreno demais e foi empurrado, temporada após temporada, para um abismo que parecia não ter fundo. O Santa Cruz chega carregando o peso de quase R$ 300 milhões em dívidas, memórias traumáticas recentes, e uma estrutura asfixiada por anos de amadorismo, vaidades políticas e decisões erráticas. A verdade nua e crua é que o modelo associativo faliu para o clube. Moralmente, financeiramente e esportivamente. Persistir seria, no mínimo, irresponsável. Não se trata de “entrar capital”. Trata-se de virar empresa, com governança, metas, cobrança e responsabilidade. O futebol do Santa Cruz, enfim, deixará de ser propriedade de grupos políticos para se tornar ativo administrado com lógica empresarial. Quem investe, cobra. Quem cobra, profissionaliza. Quem profissionaliza, projeta. O objetivo esportivo é cristalino: sair do porão. O Santa Cruz, com aporte financeiro sólido e gestão competente, pode e deve planejar o retorno às divisões superiores. A SAF não garante títulos, mas garante condições. E condições, hoje, é tudo o que o clube não tem. A SAF não é mágica. Não é uma varinha que apaga dívidas e entrega acessos. Mas é, de longe, o caminho mais concreto e racional para reconstruir um clube que já foi gigante e que, mesmo ferido, ainda carrega uma das torcidas mais apaixonadas do País. A pergunta agora não é se a SAF vai salvar o Santa Cruz: sem ela, o que restaria para salvar? O Santa Cruz escolheu renascer. E isso, diante de tudo que já sofreu, já é uma vitória histórica.

Lamentações perdidas
Há quem lamente a perda de controle da associação. Há quem tema a interferência externa. Mas a pergunta que precisa ser feita é simples: que controle restou ao Santa Cruz? Que autonomia tem um clube sufocado por dívidas, em recuperação judicial e empurrado para o limbo das divisões inferiores? A SAF não é um capricho. É o último barco antes do naufrágio completo. E o torcedor coral sabe e entendeu isso com a aprovação na AGE.

Nova missão
No Náutico, o cenário é outro, mas não menos desafiador. Bruno Becker, aclamado para um novo mandato, começa a semana com uma incumbência que não admite improviso: reconstruir o departamento de futebol. A palavra é reconstruir mesmo. Não remendar, não reorganizar, não adaptar. É dar forma a um setor que, ao longo dos últimos anos, errou mais do que acertou e foi incapaz de sustentar projetos minimamente sólidos.

Inscrição das chapas
Começa nesta segunda o rito eleitoral no Sport. As chapas têm até sexta para apresentar oficialmente seus candidatos ao Executivo, seguindo o cronograma determinado pelo Conselho. Depois disso, até o dia 9, passam pelo crivo das regras eleitorais, etapa que nos últimos anos virou quase um teste de resistência política. Por ora, três nomes surgem no tabuleiro: Severino Otávio (Branquinho), Matheus Souto Maior e Paulo Bivar.

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