IA e golpes digitais

A Inteligência Artificial está sendo utilizada para uma infinidade de possibilidades, dentre as quais, a geração de textos e conteúdo a partir de chats, como no caso do CHATGPT, essa facilidade que pode ajudar em várias tarefas do cotidiano, também pode ser utilizada para deixar as abordagens de golpes digitais com maior veracidade, pois não terá erros de português. 

Uma das dicas que especialistas normalmente dão para que se perceba un golpe são os erros de português da mensagem. Contudo, com a nova ferramenta esses erros não existem mais, o que dificulta à possível vítima perceber que se trata de um golpe. Por isso, é preciso atenção redobrada!

Não podemos deixar de mencionar olá IA envolvida no Deep Fake, que sincroniza movimentos labiais, expressões e outros detalhes para que determinada pessoa se passe por outra, um bom exemplo é o vídeo do ex-presidente Obama no YouTube fazendo um pronunciamento que nunca existiu. Vale procurar!

A preocupação não é sem fundamento, pois através do deep fake é possível forjar uma cena para criar um álibi, forjar um DF para convencer pessoas sobre posicionamento com o qual a vítima não concorda, ou mesmo para criar uma situação para incriminar ou proteger alguém, arquitetar um álibi por exemplo. Por isso, sempre desconfie quando receber qualquer mídia que cause estranheza por seu conteúdo. Pesquise, agora mais que nunca!

Ainda no âmbito do Deep Fake, é precioso mencionar os Deep nudes, onde a inteligência artificial é utilizada para destruir a vida de pessoas ao trocar rostos em vídeos adultos, ou removendo roupas, criando imagens e vídeos que nunca existiram. Reiteramos que isso é crime!

Outra IA que tem trazido preocupação é a que simula voz a partir de uma captura de áudio, o gerador de voz pode ser ensinado a partir de qualquer áudio, seja ele retirado do YouTube, de uma ligação ou de uma gravação qualquer de voz.  Uma vez aprendida, ela pode replicar qualquer texto na voz da pessoa que está imitando. Essa prática pode facilitar crimes e dificultar a percepção da vítima sobre a situação fake.

Imagine que alguém entra em contato para dizer que o seu filho foi sequestrado e supostamente passa o telefone para ele, você ouve uma voz idêntica a dele que em pânico confirma o sequestro, a partir daí é natural que a mãe, pai, parentes passem a ser reféns do criminoso pensando se tratar de um verdadeiro sequestro. Peça que alguém ao seu lado ligue para a suposta vítima, ou para alguém que está com ela, às vezes o telefone fica indisponível para dar mais veracidade ao golpe. Ligue via WhatsApp, mande mensagem.

 

Outra possibilidade de golpe nesse contexto, é a gravação de áudio no WhatsApp com voz de um conhecido, parente ou amigo dizendo que mudou o número do celular, afinal as pessoas estão acostumadas com golpes usando abordagem textual, afinal não são de fato a pessoa que eles dizem ser, logo não poderiam gravar um áudio, mas agora podem. No Brasil, já aconteceram golpes em que a simulação de voz foi usada para enganar as vítimas.

Há pouco, a Meta apresentou uma nova IA capaz de emular a voz humana. O Voicebox, atua com uma pequena amostra da fala para gerar trechos nunca ditos antes a partir das definições de texto. 

Conhecer os avanços da inteligência artificial é relevante para se blindar de eventuais golpes, armadilhas e crimes, se familiarizar com as ferramentas e abordagens que os criminosos estão utilizando ou utilizarão é uma maneira de se assegurar. Conhecimento é a arma mais poderosa no combate ao crime digital. Além de seguir as indicações dos profissionais, sempre pesquise se receber qualquer contato, proposta, alerta, busque a fonte originária para confirmar a informação recebida, seja sobre pessoa ou empresa, desconfie de vantagens excessivas, de abordagens estranhas. Não clicar em links suspeitos nem compartilhar mensagens que não foram devidamente confirmadas. Desconfie sempre!