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Governo cria Sala de Situação Nacional para monitorar intoxicações por metanol

A medida tem como objetivo de monitorar os casos registrados no país e coordenar medidas de resposta

Diario de Pernambuco

Publicado: 06/10/2025 às 13:49

Ministério da saúde instala sala de situação e anuncia medidas diante dos casos de intoxicação por metanol /Walterson Rosa/ Ministério da Saúde

Ministério da saúde instala sala de situação e anuncia medidas diante dos casos de intoxicação por metanol (Walterson Rosa/ Ministério da Saúde)

O Governo Federal instituiu, nesta segunda-feira (6), a Sala de Situação Nacional – Intoxicação por Metanol após Consumo de Bebida Alcoólica, com o objetivo de monitorar os casos registrados no país e coordenar medidas de resposta. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União e surge diante do aumento atípico de notificações de intoxicação por bebidas alcoólicas adulteradas, especialmente em São Paulo e em Pernambuco.

De acordo com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, a criação do grupo representa uma resposta rápida e articulada diante de um cenário inédito. "Estamos diante de uma situação anormal e diferente de tudo o que consta na nossa série histórica em relação à intoxicação por metanol no país", explicou.

 

Como funciona

A Sala de Situação é um grupo de caráter colegiado e temporário, coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA) do Ministério da Saúde. Participam representantes de diferentes secretarias da pasta, além da Anvisa, Fiocruz, Ebserh, Conass, Conasems, CNS e das secretarias de Saúde de São Paulo e Pernambuco. Também integram o grupo os ministérios da Agricultura e Pecuária e da Justiça e Segurança Pública, responsáveis pelas ações de controle e investigação.

O espaço será responsável pelo acompanhamento sistemático dos casos, articulação entre os centros de toxicologia (CIATox) e os laboratórios públicos, além de oferecer orientação técnica aos estados e municípios sobre vigilância, diagnóstico e tratamento. A Sala permanecerá ativa enquanto persistir o risco sanitário. "Determinamos a notificação imediata de todas as suspeitas aos sistemas de vigilância para garantir resposta rápida e coordenada. Isso é fundamental para proteger vidas e identificar a origem dos produtos adulterados", reforçou Padilha.

 

Antídotos

Como parte das ações emergenciais, o Ministério da Saúde anunciou a aquisição de 12 mil ampolas de etanol farmacêutico e 2,5 mil unidades de fomepizol, antídotos usados no tratamento de intoxicação por metanol. O reforço amplia o estoque estratégico do Sistema Único de Saúde (SUS) e garante o abastecimento dos hospitais de referência em todo o país.

As novas unidades se somam às 4,3 mil ampolas já entregues aos estoques do SUS por meio dos hospitais universitários federais, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A distribuição começou no sábado (4), atendendo os estados da Bahia, Pernambuco, Paraná, Mato Grosso do Sul e o Distrito Federal.


Padilha destacou que o Brasil está adotando protocolos científicos reconhecidos internacionalmente. “Já tínhamos adquirido 4,3 mil ampolas e agora garantimos mais 12 mil, que serão distribuídas aos centros de toxicologia e hospitais universitários. Seguimos a ciência e as orientações dos especialistas”, afirmou.

Para fortalecer a capacidade de resposta do SUS, a Rede Nacional de Laboratórios de Vigilância Sanitária (RNLVISA) mobilizou três unidades aptas a realizar análises imediatas: o Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF), o Laboratório Municipal de São Paulo e o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS/Fiocruz). A Anvisa também identificou 604 farmácias de manipulação aptas a produzir etanol farmacêutico, garantindo cobertura local em todas as capitais.

 


O metanol é uma substância altamente tóxica que pode causar cegueira, sequelas neurológicas e até a morte. Entre os sintomas de intoxicação estão dor abdominal, visão turva, confusão mental e náusea, que podem surgir entre 12 e 24 horas após o consumo. As autoridades recomendam evitar bebidas sem rótulo, lacre de segurança ou selo fiscal e procurar atendimento médico imediato em caso de suspeita. Profissionais de saúde

 

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