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Redes sociais alimentam problemas de saúde mental em adolescentes, diz estudo

Relatório destaca que uma em cada sete crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos sofre de algum tipo de problema de saúde mental. Uso problemático de redes sociais é um agravante

Agência Brasil

Publicado: 11/06/2025 às 08:45

Brasília, 21/07/2023, A estudante Júlia, mexe em seu celular. Sonhos das juventudes: políticas ajudam a potencializar trajetórias e criar oportunidades. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil/Antônio Cruz/Agência Brasil

Brasília, 21/07/2023, A estudante Júlia, mexe em seu celular. Sonhos das juventudes: políticas ajudam a potencializar trajetórias e criar oportunidades. Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil (Antônio Cruz/Agência Brasil)

A crise de saúde mental entre crianças e adolescentes em todo o mundo atingiu um ponto crítico devido à "expansão descontrolada" das redes sociais, segundo um relatório do grupo de defesa dos direitos da criança KidsRight divulgado nesta quarta-feira (11).

Pesquisas da organização com sede em Amsterdã e da Universidade Erasmus de Roterdã mostram que uma em cada sete crianças e adolescentes entre 10 e 19 anos sofre de algum tipo de problema de saúde mental.

"O relatório deste ano é um alerta que não podemos mais ignorar", afirmou em um comunicado Marc Dullaert, fundador e presidente da KidsRights.

"A crise de saúde mental entre nossas crianças atingiu um ponto crítico, exacerbada pela expansão descontrolada das redes sociais, que privilegia o uso em detrimento da segurança", disse ele.

O KidsRight Index é um relatório anual produzido pela fundação, que avalia o compromisso de 194 países com os direitos da criança e o quanto estão se esforçando para melhorá-los.

Em seu relatório de 2025, a KidsRights identifica uma "correlação perturbadora" entre a deterioração da saúde mental das crianças e o que descreve como uso "problemático" das redes sociais — um uso viciante que atrapalha a vida diária dos usuários.

Também observou uma correlação entre o consumo excessivo de conteúdo na internet e tentativas de suicídio.

A taxa global de suicídio é de 6 por 100.000 entre adolescentes de 15 a 19 anos, observa o documento, citando dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

No entanto, o relatório observou que restrições rígidas — como a decisão da Austrália de proibir o acesso de menores de 16 anos — também não são a melhor solução.

"Proibições rígidas podem infringir os direitos civis e políticos das crianças", incluindo o acesso à informação, segundo o KidsRight Index.

O texto, portanto, recomenda uma abordagem mais global e sutil que considere o acesso das crianças a conteúdos educativos e também evite seu isolamento.

O relatório observa que "os avanços tecnológicos dos últimos anos abriram uma caixa de Pandora de desafios e oportunidades".

Em relação às oportunidades, o texto destacou o acesso à informação, mas em sua lista de desafios, citou a exposição das crianças a bullying, violência psicológica, exploração sexual, violência de gênero e desinformação.

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