Após resgate de recifense em Mianmar, PF faz nova ação contra rede internacional de tráfico de pessoas
No desdobramento da Operação Double Key, os agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em São Paulo, em residência de chineses suspeitos de fazer parte do esquema.
Publicado: 11/06/2025 às 07:32

Sala da PF no Aeroporto dos Guararapes (Divulgação/PF)
A Polícia Federal em Pernambuco (PF) realizou nova ação que integra a investigação sobre uma rede internacional que alicia mulheres e pratica tráfico de pessoas para fins sexuais.
No desdobramento da Operação Double Key, os agentes cumpriram cinco mandados de busca e apreensão em São Paulo, em residências de chineses suspeitos de fazer parte do esquema.
Na última sexta-feira (6), a PF-PE deflagrou a primeira parte da ação e prendeu dois chineses, no Aeroporto Internacional de São Paulo, além de uma brasileira.
No domingo (8), uma recifense foi regatada pela Polícia Federal em um hotel em Mianmar, no sudeste asiático, onde estava em cárcere privado.
A mulher foi aliciada e obrigada a fazer programas com clientes desse hotel durante três meses. A PF disse que a vítima, que não teve o nome divulgado, voltou ao Recife sem dinheiro.
A recifense foi enganada com falsas promessas de emprego e pagamento em moeda estrangeira, além de liberdade para voltar ao Brasil quando quisesse.
A Operação Double Key desarticulou uma organização criminosa especializada em tráfico internacional de pessoas para fins de exploração sexual em Mianmar, país localizado no sul do continente asiático.
Nesta terça-feira (10), os mandados foram cumpridos em São Paulo e em Itapeva (SP). Os endereços têm ligação com os dois chineses presos na última sexta.
Nos locais das buscas foram apreendidos diversos materiais e documentos que serão enviados para a coordenação da Operação Double Key, no Recife. As apurações continuam em andamento.
Quem são os presos
Os investigados foram identificados e presos no momento em que desembarcavam no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), em voo procedente do Camboja.
As investigações apontam que o grupo criminoso, composto majoritariamente por cidadãos chineses legalmente estabelecidos no Brasil, aliciava jovens brasileiras com falsas promessas de emprego em Myanmar, de onde vêm sendo erguidos, nos últimos anos, empreendimentos comerciais como hotéis e cassinos.
Origem
A operação teve início após a Polícia Federal receber a informação de que uma brasileira, natural de Pernambuco, estaria sendo mantida em cárcere privado e submetida à exploração sexual por integrantes da organização criminosa, em um hotel em Myanmar, no sudeste asiático.

