Empresário Oscar Maroni morre aos 74 anos em São Paulo
Oscar Maroni ficou conhecido como figura controversa do empresariado paulistano, com uma trajetória marcada por disputas judiciais, destaque na mídia e várias controvérsias ao longo dos anos
Publicado: 31/12/2025 às 12:33
Oscar Maroni (Divulgação)
O empresário Oscar Maroni, conhecido na noite paulistana como proprietário do Bahamas Hotel Club, em Moema, na Zona Sul de São Paulo, morreu nesta quarta-feira (31), aos 74 anos. A informação foi confirmada pela família por meio de nota publicada no site do estabelecimento. A causa da morte não foi divulgada.
No comunicado, os familiares afirmam que Maroni “viveu intensamente” e que foi “fiel às suas convicções e à sua liberdade”. Figura pública marcada por controvérsias, o empresário ganhou notoriedade por declarações provocativas e por embates frequentes com autoridades e políticos ao longo da carreira.
Polêmicas
O Bahamas Hotel Club, seu principal empreendimento, ficou conhecido desde a inauguração por ser frequentado por garotas de programa. Em 2007, quando o local funcionava como boate, Maroni chegou a ser preso por decisão judicial, acusado de explorar a prostituição. Ele foi solto um mês depois. Embora a prostituição não seja crime no Brasil, a exploração da atividade é tipificada como ilegal. O empresário sempre negou as acusações, afirmando que não explorava a prática e que não tinha como impedir a presença de profissionais do sexo no local.
Em 2011, Maroni foi condenado em primeira instância a 11 anos de prisão pelo mesmo crime, mas não chegou a ser detido. Dois anos depois, em 2013, o Tribunal de Justiça de São Paulo o absolveu da acusação de favorecimento à prostituição. No mesmo ano, o Bahamas reabriu após permanecer fechado por seis anos, passando a funcionar como hotel e prestador de serviços classificados como “pessoais e estéticos”, com autorizações da Justiça e da prefeitura.
Ao comentar a reabertura, Maroni declarou ao portal g1, em 2013: “Eu não sou bandido, marginal ou cafetão. O Bahamas é um bar frequentado por homens, mulheres e casais. O sabor da justiça é maravilhoso”.
Em 2021, durante a pandemia de Covid-19, o empresário voltou a se envolver em polêmica ao ser multado por promover uma festa clandestina no hotel, em desacordo com as regras de distanciamento social. Após denúncia anônima, uma fiscalização encontrou 54 pessoas no local sem máscaras de proteção.
Política
A trajetória de Maroni também foi marcada por conflitos com o poder público. Um dos mais conhecidos ocorreu com o então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), em razão da interdição do Oscar’s Hotel, outro empreendimento do empresário, localizado próximo ao Aeroporto de Congonhas. Após o acidente aéreo da TAM em 2007, a prefeitura cassou o alvará do hotel, alegando riscos à segurança das aeronaves. Maroni reagiu publicamente à decisão e passou a atacar o prefeito.
Em 2008, lançou-se candidato a vereador pelo então PT do B, mas não se elegeu, obtendo 5.804 votos. À época, afirmou que a candidatura tinha caráter mais midiático e de protesto político. Em 2014, participou da sétima edição do reality show A Fazenda, da Record TV, sendo o primeiro eliminado da temporada.
Com uma trajetória marcada por embates judiciais, exposição midiática e controvérsias, Oscar Maroni se tornou uma figura conhecida — e contestada — do empresariado paulistano nas últimas décadas.