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MÚSICA

Urias apresenta o álbum 'Carranca' em estreia no Festival Coquetel Molotov

Cantora mineira Urias apresenta o álbum Carranca em show no Festival No Ar Coquetel Molotov, misturando novo repertório com antigos sucessos que alavancaram sua carreira

Allan Lopes

Publicado: 01/12/2025 às 04:00

Cantora mineira Urias se apresenta pela primeira vez no Festival No Ar Coquetel Molotov/Foto: Mateus Aguiar/Divulgação

Cantora mineira Urias se apresenta pela primeira vez no Festival No Ar Coquetel Molotov (Foto: Mateus Aguiar/Divulgação)

Reconhecido como um dos principais termômetros da vanguarda e dissidência artística no Brasil, o Festival No Ar Coquetel Molotov irá receber, no próximo sábado, a metamorfose pessoal e musical de Urias em seu novo álbum Carranca. Através de uma conexão ancestral que redefine seus caminhos artísticos, a cantora e compositora mineira irá guiar o público por um universo sonoro onde convergem as grandes tensões humanas, como a busca por liberdade, o clamor pela justiça e a redenção por meio do amor.


Na cultura afro-brasileira, a carranca é uma figura ligada a Exu – o orixá mensageiro que conecta os planos material e espiritual – tradicionalmente esculpida em embarcações e portões para proteção. Urias traz para sua música a função de proteger a ancestralidade e, ao mesmo tempo, ser a ponte que trafega entre o passado e o futuro. “Recontar essa história e trazê-la à tona de novo é um jeito de deixar uma sementeira para os próximos que vierem”, explica a cantora, em conversa exclusiva com o Viver.


Sucedendo Fúria e Her Mind, trabalhos que a projetaram nacionalmente, Carranca surge como o desdobramento da jornada de autoconhecimento de uma artista em constante busca por renovação. “Sendo alguém completamente diferente, não fazia sentido trazer algo que não me representasse”, diz. O álbum estrutura essa travessia em três interlúdios. No primeiro, Urias apresenta a ideia de uma liberdade falsa, inacessível. O segundo aprofunda o tema pela via da vingança como caminho possível. O terceiro e último fecha o ciclo com o retorno simbólico à Etiópia, sua Mãe Terra, onde a liberdade é plena e verdadeira.


Ao realizar uma mudança que foi não apenas estética e temática, mas também profundamente sonora, Urias encontrou na confiança do seu público o respaldo para abandonar o pop eletrônico e mergulhar em outros ritmos como funk, R&B e MPB. “Isso me deixa muito mais confortável para criar e experimentar”, sublinha. A turnê recém-iniciada materializa essa liberdade criativa no palco, onde a formação com banda ao vivo introduz uma nova dinâmica e abre caminho para a constante redescoberta musical da artista.


A apresentação consolida a relação de Urias com o Recife, cidade que já a recebeu em eventos como o Reveião Golarolê, em 2023, e o Rec-Beat, em 2024. O público aguarda com expectativa seu tão aguardado retorno, que também marca a estreia da cantora no Molotov, e o sentimento dela é recíproco. “Foi onde eu mais me senti uma grande popstar”, exalta. “Quero corresponder a essa energia e trazer algo à altura”, promete Urias.


No palco do festival, a promessa se cumpre através de um repertório que honra tanto sua evolução quanto sua história. Ela apresentará as 14 faixas que compõem Carranca, incluindo A Liberdade, Deus e Quando a Fonte Secar, ao lado de sucessos consagrados como Diaba, Tudo Meu e Explícito. O setlist reflete, portanto, sua nova fase, mas preserva as bases que a tornaram uma das vozes mais potentes e originais de sua geração.

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