Fazendeiro acusado de matar eletricista que cortou energia de haras no Agreste vai a júri popular nesta terça (25)
Sebastião Ayres de Assis Neto chegou a fugir após o crime, mas foi localizado no Maranhão em julho de 2021
Publicado: 24/11/2025 às 18:35
Cartaz de recompensa para quem tivesse informações sobre o paradeiro de Sebastião Ayres. (Foto: Divulgação/Disque-Denúncia)
Está marcado para as 8h da terça-feira (25) o júri popular do fazendeiro Sebastião Ayres de Assis Neto, acusado de matar o eletricista da Neoenergia José Reginaldo de Santana Júnior em Limoeiro, no Agreste de Pernambuco, em 29 de setembro de 2020. O eletricista foi assassinado quando estava cortando a energia de um haras do réu.
Sebastião Ayres responde por homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil (pelo corte de energia) e por não dar chance de defesa à vítima; constrangimento ilegal; e corrupção ativa. O julgamento ocorrerá no Fórum de Limoeiro.
Segundo a denúncia, funcionários da concessionária Neoenergia, então Companhia Energética de Pernambuco (Celpe), realizaram o corte da eletricidade do Haras Vovô Zito, às margens da PE-095, em razão de um débito de R$ 28 mil.
Inconformado, o proprietário teria oferecido propina, que foi recusada. Em seguida, ele pegou duas armas de fogo, uma longa e um revólver e ameaçou os funcionários.
A denúncia diz que Sebastião atirou em José Reginaldo pelas costas. Outro funcionário foi obrigado a religar a energia e trancado no porta-malas do veículo da Neoenergia. O dono do haras, então, fugiu.
Uma recompensa de até R$ 100 mil foi oferecida por informações que levassem ao autor do crime.
Sebastião foi preso em 14 de julho de 2021 na cidade de Timbiras, no Maranhão, distante 1,2 km de Limoeiro.
Na época, a Polícia Civil informou que o acusado estava morando em uma casa e usando documentos falsos, com nome de Gustavo de Freitas. Ele chegou a fazer mudanças na aparência física.
No decorrer do processo, a defesa do fazendeiro reconheceu que ele realizou a ação, mas argumentou que agiu de forma imprudente, sem dolo específico de matar. A defesa foi procurada pela reportagem, mas não respondeu até a publicação.