No mês da Consciência Negra, Sítio de Pai Adão abre programação dos seus 150 anos nesta quarta (19)
As comemorações dos 150 anos, que integram também o ciclo de eventos do Mês da Consciência Negra, contará com apresentação do projeto de restauração e requalificação do Sítio de Pai Adão
Publicado: 18/11/2025 às 09:33
Sítio de Pai Adão (Allan Torres/Arquivo DP)
O Terreiro Ilê Obá Ogunté, conhecido como Sítio de Pai Adão, localizado na Zona Norte do Recife, inicia nesta quarta-feira (19), as comemorações dos seus 150 anos de fundação com a entrega de uma placa comemorativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em reconhecimento à relevância histórica, cultural e religiosa do espaço.
Durante a abertura das celebrações, haverá apresentação do projeto de restauração e requalificação do espaço, que receberá investimentos do Iphan por meio do Novo PAC Seleções.
A cerimônia de abertura, que contará com a presença Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), da Prefeitura do Recife e do Complexo Industrial Portuário de Suape (Suape), também irá homenagear os 20 terreiros mais antigos de Pernambuco, além de apresentar a campanha "O bem é você que faz".
A ação tem o objetivo de mostrar para a sociedade o sentimento daqueles que vivem e mantêm vivas as expressões culturais negras e indígenas, apesar das violências religiosas como depredações ou manifestações públicas de intolerância.
A programação, que integra o ciclo de eventos do Mês da Consciência Negra, seguirá ao longo do mês de novembro. Na quinta-feira (20), Dia da Consciência Negra, haverá apresentações culturais e religiosas em celebração às tradições de matriz africana na tradicional Quinta Nagô.
Já no dia 25 de novembro, o Seminário do Maracatu Nação Raízes de Pai Adão discutirá a importância do terreiro na cultura pernambucana. As celebrações se encerram no dia 29, com o Toque para Iemanjá, que marca o início da tradicional Festa de Iemanjá.
Sítio de Pai Adão
Fundado em 1875 por Pai Adão, o Terreiro Ilê Obá Ogunté é uma das mais antigas e respeitadas casas de culto nagô do Brasil.
Reconhecido como referência da tradição afro-brasileira e da religiosidade de matriz africana em Pernambuco, o Sítio de Pai Adão se tornou um importante espaço de convivência comunitária, formação cultural e transmissão de saberes.
Do terreiro nasceram expressões artísticas como o Maracatu Nação Raízes de Pai Adão e o Afoxé Povo de Ogunté, que seguem reafirmando a vitalidade e a continuidade da cultura nagô em Pernambuco e no Brasil.