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Obstetras que pediram demissão do Imip "estão abertos ao diálogo", diz Simepe

Segundo informações da presidência do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, divulgadas pela assessoria de imprensa, 33 cartas já foram entregues, mas o número pode ultrapassar os 40, nos próximos dias. Profissionais criticam salários e condições de trabalho

Larissa Aguiar

Publicado: 18/09/2025 às 14:14

Imip recebeu R$ 7,9 milhões do Ministério da Saúde através da política de incentivo às instituições filantrópicas./Julio Jacobina/DP/D.A Press

Imip recebeu R$ 7,9 milhões do Ministério da Saúde através da política de incentivo às instituições filantrópicas. (Julio Jacobina/DP/D.A Press)

O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), afirmou, nesta quinta (18), que os obstetras que entregaram cartas de demissão "estão abertos ao diálogo" com a direção do Instituto de Medicina Integral (Imip), nos Coelhos, na área central do Recife.

No início da manhã, o Simepe informou que 49 profissionais estavam entregando as demissões, de forma coletiva. 

O Imip contestou o número do sindicato, e disse que havia recebido 30 notificações dos obstetras, que apontas baixos salários e falta de condições de trabalho. 

Segundo informações da presidência do Sindicato dos Médicos de Pernambuco, divulgadas pela assessoria de imprensa, o sindicato havia recebido 33 pedidos de demissão dos profissionais do Imip. 

"Até o momento, 33 cartas de demissão já foram entregues, mas o número que pode ultrapassar 40, nos próximos dias", declarou.

O Simepe disse, ainda, que, durante o período de aviso prévio de 30 dias, os profissionais seguirão atuando normalmente e avaliam a possibilidade de rever a decisão, "caso a instituição apresente propostas que atendam às reivindicações da categoria".

Ainda segundo o Simepe, cada pedido de desligamento é individual, mas existe disposição coletiva para o diálogo.

“Eles vão cumprir o aviso prévio dos 30 dias, continuar trabalhando e, dependendo de como o Imip se posicionar, vão avaliar se querem ou não voltar atrás. A possibilidade está aberta”, afirmou.

O sindicato reforçou que a mobilização busca garantir melhores condições de trabalho e não comprometer a assistência à população.

“O interesse não é pelo mal da instituição nem da categoria, mas por uma solução que não deixe a população sair perdendo”, acrescentou.

Histórico

A categoria já havia sinalizado a insatisfação em julho, quando assinou uma carta de intenção de desligamento, apontando problemas como sobrecarga de trabalho, baixa remuneração, falta de valorização profissional e dificuldades estruturais.

Mesmo após reuniões, não houve avanço nas reivindicações por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.

O Imip  enfrenta desde 2024 uma crise envolvendo médicos obstetras. Em novembro do ano passado, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) iniciou uma série de assembleias extraordinárias com a categoria, além de reuniões com a gestão da unidade, para tratar da sobrecarga de trabalho, das dificuldades estruturais, da baixa remuneração e da necessidade de redimensionamento das equipes.

Sem avanços nas negociações, 48 profissionais sinalizaram em julho deste ano, que entregariam as cartas de intenção de pedido de demissão, alegando falta de valorização e condições adequadas de trabalho.

A situação também chamou atenção de outros órgãos. Em julho deste ano, uma fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) apontou superlotação e déficit de profissionais em setores como triagem obstétrica, pré-parto e enfermaria. Foram identificados espaços com número de pacientes bem acima da capacidade de leitos, além de relatos de demora no atendimento.

O Simepe notificou o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), solicitando intervenção imediata para garantir segurança assistencial e condições dignas de trabalho no hospital.

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