49 obstetras do Imip entregam carta de demissão coletiva, diz Simepe
A categoria já havia sinalizado a insatisfação em julho, quando assinou uma carta de intenção de desligamento
Publicado: 18/09/2025 às 11:24

A fiscalização, realizada nesta quarta-feira (30), inspecionou os setores de Triagem obstétrica, Centro de parto normal, Pré-parto, Centro obstétrico e Enfermaria do 3° andar do Hospital Geral Pediátrico do IMIP (Foto:Joao Velozo/ Esp. DP)
Quarenta e nove médicos obstetras do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP) oficializaram, nesta quinta-feira (18), a entrega coletiva de cartas de demissão após meses de tentativas frustradas de negociação, segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simpepe).
A categoria já havia sinalizado a insatisfação em julho, quando assinou uma carta de intenção de desligamento, apontando problemas como sobrecarga de trabalho, baixa remuneração, falta de valorização profissional e dificuldades estruturais. Mesmo após reuniões, não houve avanço nas reivindicações por reajuste salarial e melhores condições de trabalho.
Os profissionais cumprirão o prazo legal de 30 dias de aviso prévio. O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) reafirmou apoio à categoria e afirmou estar aberto a negociações.
A equipe de reportagem do Diario de Pernambuco, entrou em contato com o IMIP, mas até a publicação desta matéria não obteve retorno.
Como fica a situação do Imip
Segundo o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (SIMEPE), esse número representa um total de 75,3% dos obstetras do quadro médico do Imip.
Caso a saída seja de fato efetivada após o prazo legal de 30 dias do aviso prévio, o Imip contará com apenas 16 obstetras, já que, segundo o SIMEPE, o hospital tem atualmente um total de 65 obstetras, sendo 62 ativos e 3 afastados.
Relembre o caso:
O Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), no Recife, enfrenta desde 2024 uma crise envolvendo médicos obstetras. Em novembro do ano passado, o Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) iniciou uma série de assembleias extraordinárias com a categoria, além de reuniões com a gestão da unidade, para tratar da sobrecarga de trabalho, das dificuldades estruturais, da baixa remuneração e da necessidade de redimensionamento das equipes. Sem avanços nas negociações, 48 profissionais entregaram cartas de intenção de pedido de demissão, alegando falta de valorização e condições adequadas de trabalho.
A situação também chamou atenção de outros órgãos. Em julho deste ano, uma fiscalização realizada pelo Conselho Regional de Enfermagem de Pernambuco (Coren-PE) apontou superlotação e déficit de profissionais em setores como triagem obstétrica, pré-parto e enfermaria. Foram identificados espaços com número de pacientes bem acima da capacidade de leitos, além de relatos de demora no atendimento.
O Simepe notificou o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), solicitando intervenção imediata para garantir segurança assistencial e condições dignas de trabalho no hospital.

