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INVESTIGAÇÃO

"Meu filho não é criminoso", diz mãe de preso em ação contra ameaças a Felca

Paulo Vinicius foi detido em flagrante em Olinda

Mareu Araújo

Publicado: 26/08/2025 às 16:56

A Polícia Civil prendeu Cayo e Paulo na segunda-feira (25)/Foto: Reprodução/Polícia Civil

A Polícia Civil prendeu Cayo e Paulo na segunda-feira (25) (Foto: Reprodução/Polícia Civil)

Vanessa Henrique de Oliveira, de 41, mãe de Paulo Vinicius Oliveira Barbosa, de 21, afirmou que seu filho “não tem nenhum envolvimento” com as denúncias contra o youtuber Felca. A declaração foi dada ao Diario de Pernambuco na manhã desta terça-feira (26).

Paulo Vinicius foi detido em flagrante em Olinda, no Grande Recife, por suspeita de acessar em um computador sistemas internos da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco (SDS-PE) na segunda-feira (25). Agora, ele também é investigado por vender acessos à informações privadas de outras pessoas por até R$ 40.

A ação policial estava à procura de Cayo Lucas Rodrigues dos Santos, de 22 anos, identificado como um dos autores das ameaças contra Felca pela Polícia Civil de São Paulo. Os dois estavam juntos no momento da prisão.

A suspeita da polícia é que os dois integram o grupo Country, organização criminosa que atua no Telegram e no Discord, com envolvimento em diversos crimes. Eles, que diveram a prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), negam os crimes.

“Não é criminoso”

No momento em que conversou com a reportagem, Vanessa estava na porta do Polo de Audiência de Custódia do TJPE, em Olinda, no Grande Recife. Segundo afirma, ela e o marido, Paulo Rodrigues, não conseguiram ver o filho, mas foram informados pela advogada do rapaz que ele estaria calmo.

“Eu não dormi, não comi nada desde ontem. A repercussão está muito grande. É uma situação que a gente jamais imaginaria isso. Meu filho não é criminoso”, afirmou. “Todo mundo gosta muito dele. As pessoas que o conhecem estão muito preocupadas com ele, com o psicológico dele”, declarou. Segundo ela, Paulo Vinicius toma remédios para hiperatividade desde os cinco anos.

Segundo afirma, Paulo Vinícius trabalha como porteiro em uma igreja em Aldeia e não tem nenhuma relação com as acusações contra Cayo.

“Meu filho é um menino que nunca teve envolvimento com droga, nunca teve envolvimento com nada ilícito, nada de errado. Esse demônio [o Cayo] alugou a casa há uma semana. Infelizmente, meu filho estava na hora errada”, disse.

Audiência de Custódia

O Diario de Pernambuco teve acesso ao interrogatório de Paulo Vinicius. Em depoimento à Polícia Civil de Pernambuco, ele declarou que conheceu Cayo Lucas em um grupo de WhatsApp de “rolê de moto”.

Na manhã de sua prisão, a Polícia Civil encontrou um computador em sua casa conectado ao sistema ‘Polícia Ágil’ da Secretaria de Defesa Social (SDS-PE). No interrogatório, ele admitiu que “comprou o acesso através do Telegram, que entrou no grupo, mas que não se lembra o nome”.

Ele ainda declarou que “comprou o acesso através do Telegram, que entrou no grupo, mas que não se lembra o nome do grupo”.

Também afirmou não saber das atividades de Cayo e negou envolvimento com ele. De acordo com o relato, os dois seriam apenas amigos.

Investigação

A investigação do caso começou após uma especialista em psicologia infantil, que participou de um vídeo de Felca, receber uma série de ameaças de morte e estupro, por e-mail e WhatsApp, no início do mês. A vítima registrou boletim de ocorrência em São Paulo.

Segundo a Polícia Civil paulista, os ataques foram orquestrados e realizados por integrantes do “Country”, da qual Cayo Lucas seria um dos líderes. Esse grupo também teria envolvimento com pornografia infantil e exploração de crianças e adolescentes, de acordo com a investigação.

No interrogatório, Cayo negou que fizesse parte da organização. “Já entrou no grupo Country mas saiu após publicações relacionadas ao nazismo por ‘não querer se envolver com isso’”, diz.

A reportagem não localizou a defesa de Cayo Lucas.

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