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MILÍCIA

Milícia: PMs são presos por cobrar taxas e extorquir comerciantes no Grande Recife

Em julho do ano passado, os acusados chegaram a ser presos temporariamente durante uma operação da Polícia Civil

Mareu Araújo

Publicado: 22/07/2025 às 22:30

Palácio da Justiça, sede do TJPE./Foto: Divulgação/OAB-PE

Palácio da Justiça, sede do TJPE. (Foto: Divulgação/OAB-PE)

Um grupo de policiais militares e ex-agentes foi preso preventivamente por determinação da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Seis PMs, entre eles um policial reformado e ex-vereador, são acusados de formarem milícia privada em Abreu e Lima, no Grande Recife.

Em julho do ano passado, os acusados chegaram a ser presos temporariamente durante uma operação da Polícia Civil. Na época, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) pediu a prisão preventiva, que foi negada pela Vara Criminal de Abreu e Lima. O órgão recorreu, e, por unanimidade, os desembargadores da 2ª Câmara Criminal acolheram o recurso e decretaram a prisão dos réus.

Na decisão, os magistrados destacaram que as extorsões continuaram mesmo após a primeira prisão, com redistribuição de funções dentro do grupo e maior coação à população. “Isso corrobora com o decreto de prisão preventiva como medida de proteção à ordem pública”, afirma o texto.

O esquema

Segundo relatório do Grupo de Operações Especiais (GOE), a organização criminosa começou a ser investigada em 2023. De acordo com as denúncias, o grupo cobrava “taxas de proteção” que variavam entre R$ 40 e R$ 50 por semana aos comerciantes da região. Aqueles que se recusavam a pagar eram ameaçados de ter os estabelecimentos saqueados. O esquema teria mais de uma década de atuação no município.

Conforme relatório do GOE, a milícia seria encabeçada pelo policial militar da reserva e ex-vereador de Abreu e Lima Rostand Cavalcanti Belém. Ele é acusado de praticar “rachadinhas” na Câmara de Vereadores do município, durante os anos de 2013 a 2020, quando foi parlamentar e, segundo uma das testemunhas ouvidas pelo GOE, seria o responsável por receber os pagamentos dos comerciantes.

Rostand e outros cinco policiais militares da ativa foram presos entre os dias 11 e 14 de julho e estão recolhidos no Centro de Reeducação da PMPE.

Conforme denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), os demais PMs detidos seriam responsáveis pelo patrulhamento na região. “Atuando através de controle armado, intimidavam e extorquiam moradores e comerciantes sob o pretexto de garantir a segurança contra criminosos na área de atuação”, diz trecho.

O Diario não localizou a defesa de Rostand Cavalcanti Belém. O espaço segue aberto.

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