"Eu vi ele passando com a arma na mão, já entrou atirando", diz mãe de menina baleada na cabeça
A mãe de Emily Vitória, de seis anos, que morreu após ser baleada na cabeça, conversou com a reportagem do Diario. Segundo ela, a família ainda está sem entender direito o que aconteceu
Publicado: 21/07/2025 às 12:44

Emile Vitória Guimarães estava em uma festa infantil em Jardim Jordão, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife (Foto: Cortesia)
O caso envolvendo Emilly Vitória Guimarães, de seis anos, está sendo um grande choque doloroso para a família da pequena. A garota está internada em estado grave no Hospital da Restauração (HR), no Derby, região central do Recife, desde a noite deste domingo (20), após ter sido atingida na cabeça por uma bala perdida durante uma festa infantil que acontecia no bairro de Jardim Jordão, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife.
A mãe da garota, Shirlane Xavier, contou que viu quando um homem armado entrou na casa onde acontecia a festa.
“Emilly foi para a festa, e eu fiquei na frente da casa da minha cunhada esperando ela, a gente ficou conversando. Foi quando esse indivíduo desceu com a arma na mão e já entrou na festa atirando onde minha filha estava. Quando eu vi que ele entrou na festa, que eu comecei a gritar para o meu compadre, meu compadre correu e foi lá. Quando o meu compadre saiu de lá, já saiu com ela nos braços. Minha filha foi atingida por dois disparos. Um na cabeça e um no braço. E ele voltou pelo mesmo caminho com a arma na mão”, relembrou.
Shirlane disse que não sabe de nada a respeito das circunstâncias, motivação ou alvo do crime. “Não sei o que ele queria na festa. Eu saí correndo desesperada para socorrer minha filha”.
Em depoimento, o principal suspeito, identificado como Sérgio Heverton Da Silva Carvalho, de 49 anos, disse que entrou no local onde acontecia a festa para fugir de dois homens armados que o estavam perseguindo. Ele alega que é inocente e que os tiros foram de autoria da dupla. A versão contrasta com o relato de testemunhas, que relatam que viram o homem entrar no local já armado.
“Eu acho que não foi assim, porque ele desceu tranquilo. Ele desceu tranquilo com a arma na mão. E eu vi que era ele, que eu conheci ele. Eu, minha comadre, meu compadre. Era vizinho. Ele desceu com a arma na mão. Não tinha ninguém atrás dele procurando, não, ele desceu só. Ele desceu a ladeira, passou por mim, pela minha comadre, pelo meu compadre, desceu e já entrou na festa atirando”, apontou a mãe de Emilly.
“Justiça pela minha filha. É tudo o que eu quero. Ela era uma criança linda”, disse, emocionada.
O Diario também conversou com uma prima da criança, Evelin Samara, de 25 anos, estava muito abalada. Questionada se a família sabe de algo sobre a intenção do suspeito ao cometer o crime, a prima de Emilly contou que os familiares ainda não entendem o que aconteceu. “A gente não está entendendo ainda (sobre o motivo). Ele não poupou as crianças. Eu quero justiça porque Emilly não foi a primeira e nem vai ser a última”.
O padrinho de Emilly, que preferiu não se identificar, foi quem primeiro socorreu a garota. Ele relatou ao Diario que também viu o suspeito antes dele invadir a festa.
“Eu estava lá na frente de casa, quando eu vi o menino descendo com com a arma na mão, e entrou em uma casa onde tinha uma festa de criança, e deu um bocado de tiro. Eu corri, porque minha comadre disse que minha afilhada estava lá. Quando cheguei lá, eu só peguei minha afilhada e saí correndo. O homem passou por mim armado, mas eu não olhei pro rosto dele não”, relembrou.
Polícia
A Polícia Civil de Pernambuco (PCPE) confirmou que Sérgio foi autuado em flagrante por tentativa de homicídio. Ele foi levado à delegacia para realização dos procedimentos cabíveis, e está à disposição da justiça.

