Mais de dez pessoas foram atendidas com lesões oculares causadas por fogos e fogueiras na FAV
Dos dez pacientes atendidos, sete são crianças e um é adolescente
Publicado: 25/06/2025 às 19:03

Acidentes com fogos de artifício podem causar danos irreversíveis (Foto: Crysli Viana/ DP foto)
Desde o dia 8 deste mês, o atendimento de emergência da Fundação Altino Ventura (FAV), na unidade localizada no bairro da Boa Vista, no Recife, já atendeu 10 pacientes com lesões oculares causadas por fogos e fogueiras, sendo sete crianças, um adolescente e dois adultos. As ocorrências preocupam os profissionais da saúde ocular, que reforçam a necessidade de vigilância constante, sobretudo no caso de menores de idade. As crianças continuam sendo as principais vítimas desse tipo de acidente, muitas vezes por falta de supervisão e manuseio inadequado dos fogos.
Entre os quadros clínicos mais comuns, estão queimaduras, perfurações e traumas graves nos olhos, lesões que, segundo os especialistas, podem levar à perda permanente da visão. O médico oftalmologista Vasco Bravo, da equipe de emergência da Fundação, explica que os fogos de artifício, apesar de parecerem inofensivos, podem causar ferimentos severos a depender da proximidade e da potência da explosão.
“Você pode ter desde uma queimadura leve, por conta de faíscas, até uma perfuração ocular grave, que pode exigir cirurgia de urgência”, destaca o profissional. “Um erro comum, por exemplo, é se aproximar de um fogo que falhou achando que está inativo — e ele pode explodir inesperadamente, atingindo o rosto ou os olhos”.
Além dos riscos mecânicos, o médico reforça que o uso de fogos deve ser evitado por quem estiver sob efeito de álcool. “A ingestão de bebidas afeta o reflexo e o discernimento. Assim como não se deve dirigir alcoolizado, também não se deve manipular artefatos explosivos após beber”, completa Bravo. Segundo ele, até mesmo os fogos considerados simples, como as “estrelinhas” e as tradicionais “traques de massa”, podem oferecer perigo. “Um movimento em falso pode direcionar a explosão para outro rosto, para o olho de alguém ao lado, e aí o estrago está feito.”
A Fundação Altino Ventura orienta que, em caso de acidente ocular, a vítima não deve tocar nos olhos, nem aplicar substâncias caseiras ou colírios sem indicação médica. A recomendação é procurar imediatamente atendimento oftalmológico especializado para evitar complicações mais graves.

